[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]
[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]

A Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) firmou um acordo de cooperação internacional com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (Centers for Disease Control and Prevention – CDC), dos Estados Unidos, para ajudar na investigação dos casos registrados na Bahia de mialgia aguda, doença misteriosa conhecida por provocar dor muscular intensa e deixar a urina preta.

urina preta

O número de casos da enfermidade chega a 64 na Bahia. Os dados são referentes ao período entre 14 de dezembro de 2016 e 24 e janeiro deste ano. O boletim foi divulgado na quarta-feira (1º) pela Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab). Duas pessoas morreram com suspeitas da doença no estado.

O secretário estadual da Saúde, Fábio Vilas-Boas, disse que o centro americano deve avaliar inicialmente a investigação que já foi iniciada pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (LABCEN).

“A ideia é que essa equipe permaneça em Salvador, avaliando os casos, os pacientes e as evidências que coletamos junto ao Laboratório Central do Estado. Para que dessa forma possamos agilizar o processo de diagnóstico, utilizando toda a tecnologia utilizada pelo maior centro de investigação de doenças do mundo, que é o CDC americano”, explica Fábio Vilas-Boas.

Não há prazo previsto para finalizar a apuração sobre os casos da doença misteriosa. “É preciso coletar maior número de informações, fazer protocolo pareando casos e controles e assim buscar uma linha que possa afunilar o processo de investigação”, afirma o secretário.Recurrent-Urine-Infections

Os primeiros registros de sintomas da doença foram registrados na Bahia em dezembro de 2016.

Segundo a Sesab, dos 64 casos registrados no levantamento, 60 ocoreram em Salvador. Trinta e três já podem ser classificados como suspeitos por causa dos resultados das amostras de sangue. Além da capital baiana, os municípios de Vera Cruz, Dias D’Avila, Camaçari e Alcobaça registraram um caso cada.

Os sintomas da doença são dor muscular intensa, de início súbito, acometendo principalmente a região cervical e de trapézio, associada a dores nos braços e/ou dorso, coxas, panturrilhas, sem causa aparente e elevação de creatinofosfoquinase. Os pacientes podem também chegar a um quadro de insuficiência renal e, por isso, apresentar urina escura.

Casal de turistas
Um casal de turistas de São Paulo (SP) que passou as férias na Bahia também apresentou os sintomas da doença misteriosa. Sibely e Robson Rodrigues chegaram ao estado no dia 18 de janeiro e ingeriram peixe nos três primeiros dias, na Praia do Forte e em Barra do Pojuca. Os filhos do casal, de 7 e 11 anos, também comeram, mas não tiveram os sintomas.

“Primeiro, eu comecei com os sintomas: uma dor muito forte na musculatura na parte de trás da coxa, subiu pela lombar, pelas costas, no pescoço e, enfim, pelos braços. Na sequência eu não me mexia mais. Fiquei paralisada”, disse Sibely.

O marido apresentou os sintomas cerca de uma hora depois. Ambos tiveram problemas nos rins e tiveram urina preta. “A intensidade da dor é muito forte. Pra você ter uma ideia, eu já tive dengue. E pra mim, foi muito mais forte que a dengue. E a cor da urina era cor de refrigerante Coca-Cola”, completou a turista.

Robson teve um grau maior de insuficiência renal, enquanto Sibely apresentou um inchaço no fígado. Eles precisaram de atendimento em um Posto de Saúde e em um hospital da cidade de Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador. Na volta a São Paulo, o casal foi internado no Hospital Paulistano. O tratamento foi à base de hidratação.

Doença em investigação
Segundo o médico infectologista Antônio Bandeira, que também investiga a doença na Bahia, a causa mais provável é a intoxicação por peixe. Outro especialista, o médico Gúbio Soares, acredita na possibilidade de um vírus – ele analisou o caso de uma mulher que teria desenvolvido os sintomas da doença após entrar em contato com a irmã.

A doença permanece em investigação pelo Ministério da Saúde. Amostras foram enviadas ainda ao Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, e para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro.

FONTE: G1