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Devido ao aumento de anomalias congênitas, Síndrome de Guillain Barré e outras manifestações autoimunes em áreas onde circula o vírus da zika, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) enviou uma atualização epidemiológica aos seus Estados-Membros. Desde o ano passado, 18 países e territórios confirmaram a circulação autóctone do vírus zika: Brasil, Barbados, Colômbia, Equador, El Salvador, Guatemala, Guiana, Guiana Francesa, Haiti, Honduras, Martinica, México, Panamá, Paraguai, Porto Rico, São Martinho, Suriname e Venezuela. Entre novembro de 2015 e janeiro de 2016, a transmissão local do vírus foi detectada em 14 novos países e territórios.
 
zika
 
 
Na atualização epidemiológica, a OPAS/OMS recomenda a seus Estados-Membros que:

  1. estabeleçam e mantenham a capacidade de detectar e confirmar casos de infecção pela doença;
  2. preparem os serviços de saúde para responder a um possível aumento da demanda por serviços de assistência especializada a síndromes neurológicas; e
  3. reforcem as atividades de consulta e assistência pré-natal. A organização considera ser fundamental que os países continuem os esforços para reduzir a presença do mosquito por meio de uma estratégia eficaz de controle do vetor e de comunicação com a população.

 
Durante o surto de zika na Polinésia Francesa (2013 a 2014), 74 pacientes apresentaram síndromes neurológicas ou autoimunes logo após terem manifestado sintomas compatíveis com a infecção pelo vírus. Desses, 42 foram classificados como Síndrome de Guillain Barré (SGB).
 
Em julho de 2015, o Brasil relatou a detecção de pacientes com síndromes neurológicas que tiveram histórico recente de infecção por zika no estado da Bahia. Foram identificados 76 pacientes com síndromes neurológicas, dos quais 55% (42) foram confirmados como Síndrome de Guillain Barré. Entre eles, 62% (26) tinham um histórico de sintomas compatíveis com infecção pelo vírus. Além disso, em 25 de novembro de 2015, a Fundação Oswaldo Cruz Pernambuco – Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães informou que foram encontradas infecções por zika em sete amostras de pacientes com síndrome neurológica.
 
Em janeiro de 2016, El Salvador relatou a detecção de um aumento incomum de casos de Síndrome de Guillain Barré desde dezembro de 2015. Em média, o país registrava 14 casos de SGB por mês (169 por ano). No entanto, entre 1 de dezembro de 2015 e 6 de janeiro de 2016, foram registrados 46 casos de SGB, dos quais dois morreram. Em 22 pacientes cuja informação estava disponível, 54% (12) tiveram doença exantemática febril entre sete e 15 dias antes do início da SGB.
 
Situações semelhantes estão sendo investigadas em outros países das Américas. Essas descobertas são consistentes com uma ligação temporal e espacial entre a circulação do vírus zika e o aumento de Síndrome de Guillain Barré. Embora a patogênese (maneira como surgem e evoluem as doenças) e fatores de risco associados ainda não tenham sido bem estabelecidos, é importante que os Estados-Membros implementem sistemas de vigilância para detectar aumentos incomuns em casos e preparar os serviços de saúde para o atendimento de pacientes com problemas neurológicos.
 
O vírus zika também pode causar outras síndromes neurológicas (meningite, meningoencefalite e mielite), conforme descrito no surto da Polinésia Francesa. Embora na Região das Américas essas síndromes não tenham sido relatadas até o momento, serviços e profissionais de saúde devem estar alertas para suas possíveis ocorrências.
 
FONTE: ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE (OPAS) / ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS)