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A chefe do Programa Global de Influenza da Organização Mundial da Saúde (OMS), Wenqing Zhang, informou nesta quarta-feira (1) que o risco de transmissão sustentada de humano para humano do H7N9 permanece baixo, como ocorre com outros subtipos de influenza aviária. “No entanto, a natureza de todos os vírus da influenza é sofrer mutações constantemente e, por isso, acompanhamos os desenvolvimentos tão de perto”, acrescentou Zhang. A declaração foi dada durante uma coletiva de imprensa realizada na sede da OMS, em Genebra.gripe

Confira a íntegra das observações da chefe do Programa Global de Influenza da OMS, Wenqing Zhang:

Declaração na coletiva de imprensa virtual sobre H7N9 e outras influenzas aviárias

1º de março de 2017

Avaliação de risco

Antes de entrarmos em detalhes, nossa principal mensagem é que o risco de transmissão sustentada de humano para humano do H7N9 permanece baixo, como ocorre com outros subtipos de influenza aviária. No entanto, a natureza de todos os vírus da influenza é sofrer mutações constantemente e, por isso, acompanhamos os desenvolvimentos tão de perto.

H7N9 em seres humanos este ano

A OMS monitora constantemente as infecções zoonóticas, ou seja, infecções em animais que podem naturalmente ser transmitidas aos seres humanos. Este ano, acompanhamos de perto a quinta onda – que é a atual – de H7N9 em seres humanos. A H7N9 é uma influenza aviária, que foi relatada pela primeira vez em 2013. De outubro de 2016 até hoje, houve um total de 460 infecções humanas confirmadas por laboratório com A (H7N9), relatadas pela China. O número excede temporadas anteriores e responde por mais de 1/3 do total de casos desde 2013. No entanto, as características epidemiológicas das infecções humanas, como a razão de sexo, o histórico de exposição, a taxa de letalidade, a idade mediana dos casos humanos… permanecem semelhantes às das ondas anteriores.

O que há de novo?

1) Nesta 5ª onda, os vírus de mais ou menos 7% dos casos humanos tiveram marcadores genéticos associados à resistência aos inibidores da neuraminidase. Os inibidores de neuraminidase são uma categoria de antivirais, incluindo o Oseltamivir, para o manejo de casos (ou tratamento) de infecção por influenza. Essa taxa é semelhante às das ondas anteriores. Embora um ligeiro aumento tenha sido observado, ainda é inferior ao da 1ª onda, de acordo com dados do Centro Colaborador da OMS na China, CDC Pequim. Notavelmente, desde 2013, com exceção de um vírus ambiental, todos os vírus resistentes a antivirais foram de casos humanos. A partir da informação disponível, a maioria dos casos foi analisada após o tratamento com antivirais. Isso significa que a maioria dos vírus se tornaram resistentes após o uso de antivirais em pacientes, e não antes. A OMS acompanha de perto essa evolução. Até o momento, não há evidência para recomendar mudanças na gestão clínica da infecção.

2) Com base na informação genética disponível na base de dados da GISAID EpiFlu, que é publicamente acessível e recolhe informação dos vírus da influenza ao redor do mundo, os vírus de três casos humanos recentes e um espécime ambiental sofreram mutações. Essas alterações tornam o vírus altamente patogênico em aves, o que pode causar alguma doença grave nesses animais. Anteriormente, o H7N9 havia sido observado apenas como “pouco patogênico” em aves, o que significa que o vírus não causou surtos visíveis de doença nesses animais.

Novamente, a classificação de patogenicidade aqui se refere a aves, não a seres humanos. Neste momento, não há evidência de que essas alterações nos vírus afetem sua patogenicidade ou transmissibilidade nos seres humanos.

Outros vírus da influenza aviária

Nota rápida sobre outros vírus da influenza aviária: além do H7N9, os vírus H5 no formato de H5 + N1, 2, 3, 5, 6, 8 e 9 continuam se espalhando entre a população aviária, embora até agora apenas o H5N1 e o H5N6 causem infecções humanas. A avaliação do risco de transmissão de humano para humano dos vírus H5 permanece baixa.

Resposta da OMS

Desde 2003, com a emergência da influenza aviária altamente patogênica H5N1, a OMS tem fornecido atualizações de situação, avaliação de risco e recomendações de gestão de risco aos Estados Membros.

Trabalhando por meio do Sistema Mundial da OMS de Vigilância e Resposta à Gripe (GISRS, sigla em inglês), a OMS, em colaboração com os setores da agricultura e saúde animal, bem como com a FAO, OIE e outras instituições, vem acompanhando de perto a evolução dos vírus, conduzindo avaliações de risco, atualizando os diagnósticos laboratoriais, reforçando a vigilância a nível mundial e ajustando as medidas de controle, como a seleção e o desenvolvimento de novas vacinas candidatas. A OMS também tem reforçado a capacidade dos países e negociado o acesso às vacinas contra a pandemia e à armazenagem de antivirais. E vamos continuar esse trabalho.

Prevenção

O conselho de prevenção da OMS permanece o mesmo: evitar, se possível, explorações avícolas, contato com animais em mercados de aves vivas, entrar em áreas onde aves podem ser abatidas ou contato com superfícies que parecem estar contaminadas com fezes de aves domésticas ou outros animais. Siga as boas práticas de higiene das mãos e de segurança alimentar: lave as mãos frequentemente com sabão e água, cubra a boca e o nariz quando tossir ou espirrar e cozinhe os alimentos cuidadosamente.

Conclusão

O risco de transmissão sustentada de humano para humano das influenzas aviárias H7N9 e H5 permanece baixo. É altamente provável que casos mais esporádicos continuem a ser relatados, desde que os vírus continuem a circular em aves domésticas. A OMS, por meio do GISRS e do trabalho com outros parceiros, está monitorando a situação bem de perto. A mutação constante é a natureza de todos os vírus da influenza – o que a torna uma ameaça persistente e significativa para a saúde pública.

(Declaração traduzida pela Representação da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde no Brasil)

 

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FONTE: OMS