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Menos de 10% das pessoas com Doença de Chagas recebem um diagnóstico

A doença de Chagas afeta mais de 6 milhões de pessoas em todo o mundo, a maioria delas na América Latina. Entretanto, devido ao aumento da mobilidade da população, a doença é cada vez mais detectada em outros países e continentes. Cerca de 30 mil novos casos e 10 mil mortes são relatados na América Latina a cada ano.

Chagas é uma doença parasitária potencialmente fatal causada pelo microorganismo Trypanosoma cruzi. É transmitida aos seres humanos por insetos (conhecidos como barbeiros), transfusão de sangue ou transplante de órgãos, consumo de alimentos contaminados ou durante a gravidez e o parto. É quase 100% curável se detectada e tratada precocemente.

A maioria das pessoas com Chagas, uma doença em grande parte assintomática, não é diagnosticada ou recebe atendimento médico até que desenvolva uma infecção crônica.

“Chagas é uma doença que poucos conhecem, embora afete milhões de pessoas”, disse o diretor da OPAS, Jarbas Barbosa. “Apelo aos governos, pessoal de saúde e trabalhadores comunitários para que façam esforços adicionais para trabalhar em conjunto e concentrar a atenção nas populações mais vulneráveis, de modo que possamos em breve eliminar Chagas como um problema de saúde pública”.

“Com as taxas de detecção de Chagas tão baixas, o tratamento está chegando tarde demais”, disse Massimo Ghidinelli, diretor interino do Departamento de Prevenção, Controle e Eliminação de Doenças Transmissíveis da OPAS. “Precisamos envolver a comunidade e apoiar os profissionais de cuidados primários com treinamento e suprimentos críticos para administrar a doença”, disse ele.

Se detectada a tempo, Chagas pode ser curada ou tratada. Sem tratamento a longo prazo, até 30% dos pacientes podem desenvolver complicações irreversíveis para o sistema nervoso, sistema digestivo e coração.

Leia mais: OPAS publica Guia para diagnóstico e tratamento da Doença de Chagas

Com o apoio da OPAS, desde 1990, os países da região têm feito progressos no controle de Chagas. Isto inclui medidas para controlar o vetor, aplicação de triagem universal em bancos de sangue e em mulheres grávidas e melhoria nos padrões de moradia.

Entretanto, dada a circulação contínua do vetor e a natureza silenciosa da doença, Chagas continua sendo endêmica em 21 países das Américas e é uma das mais de 30 doenças e condições que a OPAS e os países buscam eliminar até 2030.

Estima-se que cerca de 1,1 milhão de mulheres em idade fértil são infectadas pelo parasita T. cruzi na América Latina e que 9 mil crianças contraem a doença de Chagas por transmissão de mãe para filho a cada ano.

Para acabar com a transmissão de mãe para filho, a OPAS recomenda a triagem universal de Chagas para mulheres grávidas, e testes de recém-nascidos para determinar o estado sorológico. A Organização também recomenda o tratamento de mães e bebês positivos após o parto.

A doença de Chagas tem o nome de Carlos Chagas, um médico e pesquisador brasileiro que descobriu a doença em 1909. O Dia Mundial da Doença de Chagas foi estabelecido pela Assembleia Mundial da Saúde em 2020, e desde então tem sido comemorado a cada 14 de abril – o dia em que Carlos Chagas diagnosticou o primeiro caso humano da doença em 1909.

Chagas nas Américas em números:

  • Estima-se que entre 6 e 7 milhões de pessoas estão infectadas em todo o mundo, a maioria delas na América Latina.
  • 75 milhões de pessoas estão em risco de contrair a doença.
  • Nas Américas, 30 mil novos casos de Chagas e 10 mil mortes são relatados a cada ano.
  • 9 mil novos casos por ano na América Latina são devidos à transmissão de mãe para filho.
  • A doença de Chagas é endêmica em 21 países das Américas.
  • 18 países da região interromperam a transmissão vetorial domiciliar em nível nacional ou em alguma porção de seus territórios.
  • A taxa de detecção de Chagas é inferior a 10%.
  • Até 30% dos pacientes sofrem de distúrbios cardíacos e até 10% apresentam distúrbios digestivos, neurológicos ou mistos.
  • A doença é 100% curável se as drogas forem administradas no início da infecção na fase aguda, mesmo em casos de transmissão congênita.

Fonte da imagem: Freepik
Fonte: OPAS / OMS



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