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O que causa o câncer de cabeça e pescoço?

Os dados brasileiros referentes ao diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço, com exceção da tireoide, são alarmantes. Em média, 76% dos casos só são diagnosticados em estágio avançado, o que dificulta o tratamento, além de elevar a taxa de mortalidade.

Os cânceres que são conhecidos coletivamente como câncer de cabeça e pescoço geralmente começam nas células escamosas que revestem as superfícies mucosas da cabeça e do pescoço (por exemplo, dentro da boca, garganta e corda vocal). Esses cânceres são chamados carcinomas de células escamosas da cabeça e do pescoço. Os cânceres de cabeça e pescoço também podem começar nas glândulas salivares, seios da face ou nos músculos, ou nervos da cabeça e pescoço, mas esses tipos de câncer são muito menos comuns do que os carcinomas de células escamosas
Esses tipos de cânceres ocorrem predominantemente em homens acima de 40 anos.

CAUSAS

O uso de álcool e tabaco (incluindo fumo passivo e tabaco sem fumaça, às vezes chamado de “tabaco de mascar” ou “rapé”) são os dois fatores de risco mais importantes para câncer de cabeça e pescoço, especialmente câncer da cavidade oral, hipofaringe e caixa vocal. Pessoas que usam tabaco e álcool têm maior risco de desenvolver esses tipos de câncer do que pessoas que usam tabaco ou álcool isoladamente. A maioria dos carcinomas espinocelulares de cabeça e pescoço da boca e da laringe é causada pelo uso de tabaco e álcool.

A infecção por tipos cancerígenos de papilomavírus humano (HPV), especialmente HPV tipo 16, é um fator de risco para cânceres orofaríngeos que envolvem as amígdalas ou a base da língua. Nos Estados Unidos, a incidência de cânceres orofaríngeos causados por infecção por HPV está aumentando, enquanto a incidência de cânceres orofaríngeos relacionados a outras causas está diminuindo. Cerca de três quartos de todos os cânceres de orofaringe são causados por infecção crônica por HPV. Embora o HPV possa ser detectado em outros cânceres de cabeça e pescoço, ele parece ser a causa da formação do câncer apenas na orofaringe. As razões para isso são mal compreendidas.

Leia também: ANS incentiva ações para tratamento de câncer

Outros fatores de risco conhecidos para cânceres específicos de cabeça e pescoço incluem o seguinte:
Exposição profissional. A exposição ocupacional ao pó de madeira é um fator de risco para câncer de nasofaringe. Certas exposições industriais, incluindo exposições a amianto e fibras sintéticas, foram associadas ao câncer da caixa vocal, mas o aumento do risco permanece controverso. Pessoas que trabalham em certos empregos nas indústrias de construção, metal, têxtil, cerâmica, madeira e alimentos podem ter um risco aumentado de câncer da caixa vocal. A exposição industrial ao pó de madeira, pó de níquel ou formaldeído é um fator de risco para câncer dos seios paranasais e cavidade nasal.

Exposição à radiação. A radiação para a cabeça e pescoço, para doenças não cancerosas ou câncer, é um fator de risco para o câncer das glândulas salivares.

Infecção pelo vírus Epstein-Barr. A infecção pelo vírus Epstein-Barr é um fator de risco para câncer de nasofaringe e câncer de glândulas salivares.

Ancestrais. A ascendência asiática, particularmente a ascendência chinesa, é um fator de risco para câncer de nasofaringe.

Desordens genéticas subjacentes. Alguns distúrbios genéticos, como a anemia de Fanconi, podem aumentar o risco de desenvolver lesões pré-cancerosas e cânceres no início da vida

A coordenadora de Prevenção e Vigilância do INCA, Liz Almeida, afirma que o tabagismo e o excesso de álcool são grandes fatores de risco. “O cigarro e a bebida alcoólica são responsáveis por 70% dos casos dessa neoplasia. Por isso, a principal forma de prevenção é evitar o consumo de álcool e produtos do tabaco. Além disso, proteger os lábios do sol com o uso do protetor solar, é muito importante. A infecção pelo HPV é outro fator de risco para esse tipo de câncer. Conhecer e ficar em alerta aos sinais e sintomas também faz toda diferença na detecção precoce da doença e, consequentemente, no melhor resultado do tratamento”, destaca Liz.

Em 2019, foram 20.722 mortes por câncer de cabeça e pescoço. O chefe da Seção de Cabeça e Pescoço do INCA, o cirurgião Fernando Dias, explica que o alto índice de mortalidade é, especialmente, devido aos pacientes chegarem para o tratamento já com a doença avançada. Quando o diagnóstico é realizado na fase inicial, o paciente tem, em média, 80% de sobreviver.

“Uma das recomendações para obter o diagnóstico precoce é consultar periodicamente um dentista, profissional que pode identificar lesões em estágios iniciais na cavidade oral”, acrescenta Fernando.

Para a diretora-geral do INCA, Ana Cristina Pinho, o Instituto tem um importante papel para incentivar a prevenção e o controle de todos os tipos de cânceres.

Fonte da imagem: Freepik

Referências: Ministério da Saúde e National Cancer Institute (EUA)

 



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