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Por Alexia Costa

diagnosticos-desnecessariosA medicina baseada em evidências busca oferecer o suporte para a tomada de decisões baseadas em informações de boa qualidade na área da saúde, de forma a ajudar os profissionais de saúde e os pacientes a iniciar conversas importantes sobre como melhorar a qualidade dos cuidados de saúde, eliminando testes, tratamentos e procedimentos desnecessários, às vezes prejudiciais.

Uma das principais organizações com o foco de disseminar recomendações baseadas em evidências é a Choosing Wisely, que visa promover conversas entre profissionais de saúde e pacientes, ajudando-os a escolher o cuidado que é:

  • Apoiado por evidências
  • Não duplicado de outros testes ou procedimentos já recebidos
  • Livre de danos
  • Verdadeiramente necessário

Como cada situação de paciente é única, os provedores e pacientes devem usar as recomendações como diretrizes para determinar um plano de tratamento adequado em conjunto.

 

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Apenas para explicitar: um estudo de coorte retrospectivo canadense, recém publicado, usou dados de saúde coletados ao longo de 3 anos, a fim de estimar a frequência com que 10 práticas assistenciais de baixo valor destacadas pela campanha Choosing Wisely foram realizadas e quais fatores influenciaram sua provisão.

 Mais de 162 mil canadenses (4% de todos os adultos na província de Alberta e 5% das pessoas que viram um médico pelo menos uma vez) receberam pelo menos uma das 10 práticas assistenciais de baixo valor, incluindo quase um terço dos pacientes de Alberta com mais de 75 anos de idade.

Os serviços de baixo valor que resultaram nos maiores custos para o sistema de saúde foram o rastreio do câncer cervical em mulheres com mais de 65 anos (sem história de displasia cervical ou câncer genital), teste de PSA em homens com mais de 75 anos (sem história de câncer de próstata) e teste pré-operatório de estresse / imagem cardíaca (antes de uma cirurgia não cardíaca).

 Os autores concluem que “mesmo em um sistema de saúde de cobertura universal, a proporção de pacientes que receberam serviços de baixo valor variou amplamente (de <0,1% a 56%). O aumento do uso foi associado ao maior status socioeconômico, maior freqüência de contato especializado e maior proporção de especialistas em relação aos médicos de atenção primária “.

Temos muito a melhorar!

 

AlexiaAléxia Costa – Diretora de Ensino e Capacitação do IBES

Farmacêutica pela Universidade Católica de Santos. Mestre em Genética e Genomas pela UNIVAP. MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade pela Escola Politécnica da USP. Monitora de Pesquisa Clínica pela Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica. Avaliadora de Sistemas de Saúde, através da metodologia ONA e Accreditation Canada. Docente da disciplina Gerenciamento de Riscos aplicado à Gestão da Qualidade, no MBA da Escola Politécnica da USP. Experiência em Gerenciamento de Farmácia Hospitalar e Oncológica em instituições de saúde. Fellow ISQua.

 

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Referências bibliográficas:

  • McAlister FA, Lin M, Bakal J, Dean S. Frequency of low-value care in Alberta, Canada: a retrospective cohort study. BMJ Quality & Safety. 2017.
  • http://www.choosingwisely.org/