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Serviços de Anestesiologia: Principais Riscos Clínicos e Não Clínicos que Exigem Gestão Ativa

Riscos clínicos são diretamente relacionados à assistência e podem resultar em eventos adversos graves

A anestesiologia é uma das especialidades mais sensíveis da assistência à saúde, com participação crítica em procedimentos cirúrgicos, diagnósticos e de emergência, e embora os avanços tecnológicos e as boas práticas tenham elevado os padrões de segurança, os serviços de anestesiologia ainda apresentam riscos clínicos e não clínicos relevantes, que precisam ser identificados, monitorados e gerenciados de forma sistemática para garantir a segurança do paciente e a qualidade do cuidado.

 

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Principais Riscos Clínicos em Anestesiologia

Os riscos clínicos são aqueles diretamente relacionados à prática assistencial e podem resultar em eventos adversos graves se não forem devidamente controlados:

  1. Erro de dose, via ou tipo de fármaco anestésico
    • Erros de medicação, especialmente com drogas de alta vigilância, podem levar a reações adversas graves ou até à morte.
  2. Falhas na monitorização do paciente
    • Monitoramento inadequado de parâmetros como saturação, pressão arterial, frequência cardíaca e capnografia pode atrasar o reconhecimento de complicações.
  3. Complicações ventilatórias e respiratórias
    • Intubação difícil, broncoaspiração, laringoespasmo ou depressão respiratória são riscos frequentes, principalmente em pacientes com comorbidades.
  4. Reações alérgicas e anafilaxia
    • Hipersensibilidades a anestésicos ou relaxantes musculares exigem protocolos de resposta rápida.
  5. Erro de identificação do paciente ou do procedimento
    • A falta de uma checagem segura pode levar à anestesia em paciente ou local incorreto.
  6. Não conformidade com o Jejum Pré-operatório
    • Pode resultar em aspiração pulmonar, com risco de pneumonia grave.
  7. Ausência de avaliação pré-anestésica adequada
    • Pode levar à escolha inadequada da técnica anestésica ou subestimação de riscos clínicos.

 

 

Principais Riscos Não Clínicos em Anestesiologia

Além dos riscos clínicos, os serviços de anestesiologia também enfrentam riscos não clínicos que afetam a segurança, a ética, a imagem institucional e a sustentabilidade financeira:

  1. Documentação incompleta ou inadequada
    • Falhas no registro do ato anestésico dificultam auditorias, comprometem a rastreabilidade e expõem a instituição a litígios.
  2. Gestão ineficiente de escalas e plantões
    • Pode levar à fadiga dos profissionais e a falhas humanas, aumentando o risco de incidentes.
  3. Falta de rastreabilidade de equipamentos e insumos críticos
    • Pode comprometer a segurança do paciente e dificultar ações corretivas.
  4. Não conformidade com requisitos regulatórios e acreditações
    • Inobservância de normas da Anvisa, CFM e órgãos acreditadores pode gerar sanções e perda de certificações.
  5. Comunicação ineficaz com a equipe cirúrgica e demais áreas
    • Ruídos na comunicação comprometem a continuidade do cuidado e aumentam o risco de eventos adversos.
  6. Gestão inadequada de contratos e faturamento
    • Pode acarretar perdas financeiras, glosas e insatisfação com os serviços.

 

Gerenciamento de Riscos como Estratégia de Segurança

Para mitigar esses riscos, os serviços de anestesiologia devem investir em:

  • Protocolos clínicos baseados em evidências
  • Sistemas de checagem segura (Checklist de Cirurgia Segura da OMS)
  • Capacitação contínua das equipes
  • Cultura de segurança do paciente
  • Auditorias internas e análise de indicadores de qualidade
  • Integração entre áreas assistenciais e administrativas

O gerenciamento de riscos clínicos e não clínicos deve ser uma prioridade estratégica, pois não só preserva vidas, como fortalece a reputação da instituição e otimiza seus resultados operacionais.

 

Fonte da imagem: Envato

Referências:

1. Organização Mundial da Saúde (OMS). Segurança do Paciente: Cirurgia Segura Salva Vidas.
2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Protocolo de Segurança na Prescrição, Uso e Administração de Medicamentos.
3. Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA). Manual de Boas Práticas em Anestesia.
4. American Society of Anesthesiologists (ASA). Standards for Basic Anesthetic Monitoring.
5. Organização Nacional de Acreditação (ONA). Manual Brasileiro de Acreditação.
6. Conselho Federal de Medicina (CFM). Resoluções nº 2174/2017 e nº 2243/2019.



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