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Estima-se que 135 mil brasileiros vivem com HIV e não sabem. Campanha de Prevenção ao HIV/Aids 2019 foca na testagem e reforça importância do tratamento

O Ministério da Saúde estima que 135 mil pessoas vivem com HIV e não sabem. Por isso, o objetivo da campanha, é incentivar a testagem e, consequentemente, o diagnóstico precoce dos casos de HIV. Com o tratamento adequado, o vírus HIV fica indetectável e a pessoa não irá desenvolver Aids.

De acordo com o boletim epidemiológico 2019, a infecção por HIV/AIDS cresce mais entre os jovens. A maioria dos casos de infecção pelo HIV no país é registrada na faixa de 20 a 34 anos (52,7%), principalmente em relação aos homens. O diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Gerson Pereira, lembra que o Ministério da Saúde distribui regularmente preservativos e testes rápidos.

“Os testes estão disponíveis para toda a população. Precisamos alertar as pessoas para buscarem a testagem. A gente espera que essas 135 mil pessoas que vivem com HIV e não sabem, conheçam o diagnóstico e iniciem o tratamento. Esse diagnóstico também é uma medida de prevenção, porque, na medida em que a pessoa é diagnosticada e tratada, ela deixa de ter uma carga viral circulante”, esclarece.

Confira entrevista com o diretor do Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis, Gerson Pereira:

1 – Como o senhor avalia o cenário de infecção de HIV e AIDS no Brasil?

Em 2014 iniciamos a testagem e o tratamento para todos e, desde então, estamos conseguindo evitar novos casos de HIV e manter a tendência de queda da Aids. De 2014 a 2018, a gente saiu de uma taxa de detecção de Aids de 20,6 por 100 mil habitantes para 17,8, então houve uma diminuição importante do número de casos de Aids no país.

Considerando que há estimativa de 900 mil pessoas vivendo com HIV e diagnosticamos 83% dos casos, existem ainda 135 mil pessoas que precisam conhecer o diagnóstico. A campanha que estamos lançando vem com o esforço de incentivar mais testagens e, consequentemente, o diagnóstico mais precoce. Assim, é possível evitar casos de Aids, mortes e transmissão vertical do HIV, quando ocorre durante a gestação, parto e amamentação.


2 – Essa estimativa de cerca de 135 mil pessoas que vivem com HIV e não sabem. A que o senhor atribui esse desconhecimento?

A campanha deste ano foi feita pensando no aumento da testagem para o HIV/Aids. Informar as pessoas que elas precisam procurar uma unidade de saúde, caso tenham se exposto à uma situação de risco. Acredito que as pessoas ainda têm receio e desconhecimento sobre a doença. Existe um certo medo da testagem, do conhecimento do diagnóstico. O que a gente precisa é dizer para as pessoas que o teste é importante, porque, na medida em que as pessoas conhecem o diagnóstico e são tratadas elas podem ter uma qualidade de vida muito boa e diminuir novas infecções. Ou seja, não fique em dúvida, faça o teste!


3 – O que tem sido feito para o acesso ao tratamento e testes, além da informação da necessidade de proteção?

O Governo Federal financia integralmente o tratamento para o HIV, sendo um dos primeiros países a fazer a distribuição gratuita na sua rede pública de saúde. O Brasil também adotou a recomendação do início do tratamento para todas as pessoas após o diagnóstico de HIV, independente da condição clínica do paciente, visando alcançar melhorias na qualidade de vida da pessoa vivendo com HIV. Esta estratégia tem impacto muito importante em relação à qualidade de vida da pessoa vivendo com HIV, principalmente em jovens, visto que a maioria dos novos casos de HIV concentram-se nesse segmento.

O SUS disponibiliza ainda preservativos masculinos e femininos e testes rápidos para a detecção do vírus HIV nas unidades de saúde do país. Esses testes estão disponíveis para toda a população. Precisamos alertar as pessoas para buscarem a testagem. A gente espera que essas 135 mil pessoas que vivem com HIV e não sabem, conheçam o diagnóstico e iniciem o tratamento. Esse diagnóstico também é uma medida de prevenção, porque, na medida em que a pessoa é diagnosticada e tratada, ela deixa de ter uma carga viral circulante.


4 – O que o senhor diria para uma pessoa que acabou de descobrir que vive com HIV? De que maneira ela pode se sentir segura?

Sou médico e conheço a história do HIV. Desde que a gente teve os primeiros casos na década de 1980, na medida em que os casos eram descobertos, a sobrevida era de 5 meses. Hoje, os últimos dados mostram que a pessoa diagnosticada com HIV têm praticamente o mesmo tempo de vida que uma pessoa que não vive com o vírus. Então, se uma pessoa que tem HIV hoje mantiver um tratamento regular, pode ter uma vida completamente normal, da mesma forma que uma pessoa que tem diabetes ou hipertensão, por exemplo.

Então, é importante conhecer o diagnóstico cedo, tratar imediatamente e se manter em tratamento. Assim, ela pode ter uma vida tranquila, sem maiores complicações, como o aparecimento de infecções oportunistas. A vida da pessoa não se modifica a partir do diagnóstico. A aids não tem cura ainda, mas pode ser controlada com os medicamentos que a gente hoje tem à disposição.


5 – Como funciona o tratamento?

É um tratamento diário, com antirretrovirais oferecidos gratuitamente no SUS. O tratamento antirretroviral que a gente tem no Brasil é o que há de melhor no mundo e rapidamente, entre três e seis meses, a carga viral da pessoa passa a ser indetectável. O que a gente observa hoje é que os medicamentos têm pouco ou quase nada de efeitos colaterais. Então a pessoa pode estar em tratamento e ter uma vida normal.


Por Vanessa Aquino, da Agência Saúde

 

Fonte: Ministério da Saúde

 



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