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Há exatamente um ano, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) iniciou sua participação nas investigações sobre o surto de microcefalia no Brasil em reunião com o Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, em Recife. Três dias antes, o organismo internacional foi informado pelo governo brasileiro sobre o aumento expressivo no número de casos dessa malformação em recém-nascidos. À época, a relação dessa condição com o vírus zika era apenas uma suspeita, que veio a ser confirmada posteriormente.
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Hoje, outros 22 países (a maioria deles nas Américas) já notificaram casos de microcefalia e outras malformações potencialmente associadas à infecção pelo zika.
A OPAS/OMS tem apoiado o Brasil na investigação das causas e na resposta ao surto. Um dos exemplos é a colaboração técnica da Organização com o Ministério da Saúde para a elaboração do “Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema Nervoso Central”, utilizado por diversas instituições do país.
Atualmente, sabe-se que a microcefalia é apenas uma das possíveis complicações causadas pelo vírus zika. Evidências científicas têm apontado para uma ampla gama de efeitos sobre bebês nascidos de mulheres infectadas. A OPAS/OMS lidera um processo de recolhimento e avaliação de mais provas para definir claramente o espectro dos efeitos, entre eles a desproporção craniofacial (defeitos estruturais da cabeça devido ao desenvolvimento anormal do feto), a espasticidade (rigidez dos músculos que afetam o movimento), convulsões, irritabilidade, dificuldades de alimentação e problemas de visão e audição. As complicações variam em gravidade e o escopo da síndrome, provavelmente, será ainda maior quando a comunidade internacional obtiver mais informações e tempo de acompanhamento das crianças afetadas.
Outro papel importante desempenhado pela OPAS/OMS tem sido a desmistificação de rumores que começaram a circular na internet e desinformar parte da população. Entre os boatos difundidos estavam os de que a microcefalia poderia estar sendo causada por vacinas aplicadas em gestantes ou pelo inseticida pyriproxyfen, utilizado para reduzir a população de mosquitos. Nenhuma das duas hipóteses, entretanto, são verdadeiras. Sólidas evidências científicas confirmam a relação de causalidade entre a infecção pelo vírus zika e a microcefalia.
Apoio psicossocial e desenvolvimento
A Organização também foi responsável pela publicação “Apoio Psicossocial para mulheres grávidas e famílias com microcefalia e outras complicações neurológicas no contexto do zika vírus”. Esse documento aponta estratégias que podem ajudar gestantes com suspeita ou confirmação de infecção pelo vírus zika; cuidadores e familiares de uma criança com microcefalia; e mulheres grávidas que têm ciência da suspeita de microcefalia no bebê.
O guia também cita exercícios para reduzir o estresse causado pela notícia de que o filho pode ter distúrbios neurológicos e malformações neonatais, como destinar ao longo do dia “períodos de preocupação” de 30 minutos. O objetivo é evitar que a pessoa fique 24 horas aflita. Caso as ações de apoio psicossocial básico não sejam suficientes, o profissional de saúde deve encaminhar a mãe ou familiar/parceiro/amigo a um serviço de atenção especializado.
A publicação apresenta ainda dicas para promover o desenvolvimento da criança, conforme a idade (de recém-nascido a mais de dois anos), como olhar o bebê nos olhos e conversar com ele; esconder o brinquedo favorito dele debaixo de uma caixa para ver se consegue encontrá-lo; ensinar a se comunicar com as mãos (a exemplo do movimento feito para “dar tchau”); ajudar a criança a contar, nomear e comparar objetos; entre outras. Outra orientação para os profissionais de saúde é explicar que muitos bebês com microcefalia não apresentam transtornos do desenvolvimento ou outras complicações neurológicas graves.
Saiba mais sobre microcefalia
• A microcefalia é uma condição rara em que o bebê nasce com a cabeça pequena ou em que a cabeça para de crescer após o nascimento.
• A maneira mais confiável de avaliar se um bebê tem microcefalia é medir o perímetro cefálico 24 horas após seu nascimento, comparar o valor com os padrões de crescimento da OMS e continuar a medir a taxa de crescimento da cabeça na primeira infância.
• Bebês nascidos com microcefalia podem desenvolver convulsões e sofrer de deficiências físicas e dificuldades na aprendizagem à medida que envelhecem.
• Não existem exames específicos para determinar se o bebê nascerá com microcefalia, no entanto, a ultrassonografia no terceiro trimestre da gravidez pode, em alguns casos, identificar o problema.
• Não existe tratamento específico para microcefalia.
 
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FONTE: Organização Pan-Americana de Saúde