[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]
[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]

Turismo médico tem riscos, motivo pelo qual deve-se procurar por hospitais Acreditados

A cada ano, milhões de norte-americanos viajam para México, Canadá e Brasil em busca de cuidados médicos.

Nos últimos anos, o mundo e, especialmente, a Região das Américas tem experimentado um crescimento exponencial de viagens internacionais em busca de atenção à saúde. Embora a maioria dos pacientes busque a atenção à saúde no país em que reside, há uma proporção crescente de pessoas que viajam para receber cuidados médicos, odontológicos ou cirúrgicos de várias maneiras.

Essa prática é conhecida como turismo médico e de saúde. Por exemplo, a cada ano, milhões de norte-americanos viajam para outros países em busca de cuidados médicos, principalmente para o México, Canadá e outros países nas Américas, incluindo o Brasil.

Embora existam poucos estudos publicados sobre o número de pessoas que procuraram cuidados de saúde fora de seu país de residência, estima-se que apenas nos Estados Unidos o número de pacientes aumentou de 750.000 para 1,4 milhão em um período de 10 anos (2007 a 2017). Espera-se que esse número de pessoas aumente em 25% ao ano), tanto nos Estados Unidos quanto em todo o mundo. Algumas das principais motivações para procurar atendimento médico fora do país de residência incluem baixo custo, evitar longas listas de espera, a possibilidade de acessar procedimentos que não estão disponíveis no país de origem e a oportunidade de combinar o cuidado em saúde com um destino de férias.

Dentre os procedimentos, as intervenções relacionadas à cirurgia estética representam a maior proporção, seguidas pelos transplantes de órgãos, cirurgia cardíaca, odontologia, tratamento oncológico, procedimentos articulares, cirurgia bariátrica ou técnicas de reprodução assistida.

Esse tipo de atenção à saúde pode representar um risco tanto para a saúde pública quanto para a vida da pessoa que busca esse tipo de atendimento. Entre os riscos relacionados à saúde pública, inclui-se a disseminação e ocorrência de surtos de microorganismos resistentes a antimicrobianos, o que geralmente está relacionado a práticas sub ótimas de prevenção e controle de infecções associadas à atenção em saúde (por exemplo, esterilização inadequada de materiais, reutilização de seringas).

Diante do aumento de surtos causados por diferentes microorganismos relacionados ao turismo médico e de saúde, a Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) incentiva os Estados Membros a fortalecer a capacidade de detecção e manejo de infecções por microrganismos resistentes a antimicrobianos em pacientes que viajam para serem atendidos em um país diferente de sua residência.

Leia mais: Por que os pacientes estão procurando opções de turismo em saúde?

Ao mesmo tempo, a OPAS/OMS os insta a revisar as medidas preventivas para reduzir as infecções associadas com a atenção à saúde, em todos os níveis do sistema. O risco da atenção em saúde realizada em outros países está relacionado, entre outros fatores, com:

  • Qualidade da assistência à saúde: os requisitos para credenciar profissionais e centros de saúde podem ser diferentes daqueles do país de origem. Também existe o risco de uso de medicamentos falsificados e dispositivos médicos não autorizados.
  • Viagens aéreas: a mudança na pressão atmosférica durante um voo, após certas cirurgias, aumenta o risco de formação de coágulos sanguíneos e pode levar a complicações, como trombose venosa profunda. • Continuidade do tratamento: ao retornar ao seu país de residência, os pacientes podem precisar de tratamentos por complicações do procedimento realizado, os quais podem ter custos elevados e não serem cobertos pelo seu seguro de saúde.
  • Desafios de comunicação: se no local de destino é falado outro idioma ou utilizada linguagem, diferente daquela de seu país de residência, podem surgir dificuldades na comunicação com os profissionais de saúde, o que pode levar a mal-entendidos sobre o atendimento, instruções a seguir, tratamento prescrito, entre outros.

Nos últimos anos, na Região das Américas, vários surtos foram notificados, incluindo aqueles causados por bactérias multirresistentes, alguns dos quais relacionados com a atenção de saúde recebida em um país diferente do país de residência do paciente. No contexto da implementação do Plano de Ação sobre a Resistência aos Antimicrobianos está prevista a redução da incidência desse tipo de infecções. A seguir, são listados alguns desses surtos para os quais há informações disponíveis:

  • Em 2010, foi reportado nos Estados Unidos da América o isolamento de três enterobactérias portadoras do gene de resistência blaNDM-1 em amostras de três pacientes que haviam recebido cuidados médicos na Índia.
  • Em 2012, foi documentado um surto de bactérias gram-negativas multirresistentes produtoras de carbapenemase (Klebsiella pneumoniae, Escherichia coli e Acinetobacter baumannii) em um hospital em Alberta, Canadá. O caso índice foi um paciente que havia recebido atendimento médico na Índia.
  • Em fevereiro de 2019, foi notificado um surto de infecções de ferida cirúrgica causadas por Pseudomonas resistente a carbapenêmicos, produtora da metalo-beta-lactamase VIM, em 20 pacientes (16 confirmados e 4 suspeitos) de nove estados dos Estados Unidos da América que haviam passado por cirurgia bariátrica em um hospital em Tijuana, México. Dos 20 casos, dois foram notificados retrospectivamente e correspondiam a pacientes cujas amostras foram coletadas em 2015 e 2017; nos 18 casos restantes, as amostras foram coletadas entre setembro de 2018 e janeiro de 2019. Em 17 casos, nos quais as informações sobre idade e sexo estavam disponíveis, 14 (82%) eram mulheres com idades entre 29 e 62 anos.
  • Em maio de 2023, foi identificado um surto multipaís de meningite fúngica entre pessoas submetidas a procedimentos sob anestesia epidural na cidade de Matamoros, estado de Tamaulipas, México. De acordo com a investigação realizada, um total de 547 pessoas se submeteram a esses procedimentos entre janeiro e abril de 2023, em duas clínicas privadas dessa cidade, das quais 304 (56%) residem no México, 237 (43%) nos Estados Unidos da América e uma no Canadá. Nos Estados Unidos da América, 35 pessoas apresentaram sintomas meníngeos compatíveis e foi confirmada meningite fúngica em 9 casos (incluindo 6 óbitos). No México, foram detectados 24 casos, dos quais um morreu. Em amostras de líquido cefalorraquidiano de casos dos Estados Unidos da América do Norte e do México, foram identificados sinais fúngicos consistentes com o complexo de espécies Fusarium solani.

 

Orientações para as autoridades nacionais

A seguir, são apresentadas orientações relacionadas a serviços de saúde, vigilância epidemiológica, diagnóstico laboratorial, manejo de casos, controle e prevenção de infecções associadas a surtos relacionados ao turismo médico e de saúde.

 

Vigilância epidemiológica

O estabelecimento e fortalecimento da vigilância epidemiológica são fundamentais para a identificação dos fatores de risco e a implementação das medidas de saúde pública de prevenção e controle correspondentes. Para isso, recomenda-se:

  • Promover a detecção rápida e oportuna, bem como a notificação às autoridades competentes, de infecções em pacientes que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos ou hospitalizados fora do país de residência
  • Conduzir uma investigação rápida e oportuna de surtos ao detectar os primeiros casos de infecções associadas à prestação de cuidados de saúde, informar os achados e resultados e implementar uma estratégia de comunicação para disseminação de informações
  • Implementar as medidas de prevenção e controle correspondentes e fazer recomendações para alertar os profissionais de saúde e os tomadores de decisão em todos os níveis
  • Em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional, comunicar os achados imediatamente às autoridades competentes do país onde a infecção provavelmente foi adquirida. Diagnóstico laboratorial Os laboratórios de microbiologia são essenciais para a detecção do agente causador da infecção e seu perfil de resistência, portanto se recomenda:
  • Implementar, nos laboratórios de referência nacionais, o protocolo regional para detecção de resistências e referência de cepas em casos suspeitos
  • Treinar os laboratórios clínicos na detecção de patógenos relacionados com a atenção de saúde mais comumente adquiridos em destinos internacionais.
  • Garantir a capacidade dos laboratórios clínicos para detectar e confirmar mecanismos de resistência prevalentes no país e também aqueles importados como consequência de atenção à saúde no exterior, bem como para a busca de alternativas de tratamento para patógenos resistentes, nos casos em que seja necessário.
  • Fortalecer as capacidades dos laboratórios de referência nacionais para a caracterização dos mecanismos de resistência e a realização de técnicas de epidemiologia molecular que permitam caracterizar rapidamente os isolados recuperados do surto e compará-los com possíveis emergências de cepas relacionadas ao mesmo evento em outros países.
  • De acordo com o Regulamento Sanitário Internacional, comunicar imediatamente os achados às autoridades competentes do país onde a infecção foi provavelmente adquirida.

 

Manejo de casos

Os provedores de cuidados médicos devem considerar o possível diagnóstico de infecções por microorganismos resistentes em pacientes que apresentam infecções do local cirúrgico, que não respondem ao tratamento antimicrobiano padrão. A coleta adequada de amostras microbiológicas, de acordo com a apresentação clínica, e seu processamento no laboratório de microbiologia são essenciais para confirmar a suspeita de patógenos resistentes e orientar o tratamento antimicrobiano. Os regimes de tratamento variam de acordo com a gravidade e localização da infecção, condições clínicas subjacentes, resultados de testes de sensibilidade para antimicrobianos específicos e as diretrizes nacionais.

5 – Prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde A promoção e o cumprimento dos requisitos mínimos para os programas de prevenção e controle de infecções em nível nacional e nos estabelecimentos de são fundamentais para prevenir o surgimento e a disseminação de infecções causadas por microrganismos resistentes. A seguir, um resumo das principais medidas que devem ser implementadas.

  • Assegurar a implementação adequada da estratégia multimodal de higiene das mãos.
  • Implementar as recomendações para a prevenção de infecções de feridas cirúrgicas.
  • Limpar, descontaminar e esterilizar todos os equipamentos e dispositivos médicos de acordo com as diretrizes vigentes.
  • Implementar medidas de precaução de contato em pacientes infectados ou colonizados por microorganismos resistentes.

 

Por que deve-se procurar por hospitais Acreditados

Hospitais Acreditados possuem a Qualidade da assistência à saúde avaliada frente aos requisitos da metodologia de Acreditação, os quais são focados em qualidade e segurança do paciente.

Recomenda-se o desenvolvimento e implementação de políticas relacionadas ao uso seguro e apropriado de medicamentos e dispositivos médicos, que incluam orientações para o uso racional e seleção da tecnologia médica que melhor atenda às necessidades da população alvo, bem como a identificação dos recursos humanos e financeiros necessários para sua implementação.

Destaca-se a importância de desenvolver e implementar políticas sobre tecnologia da saúde, que incluam não apenas o componente de regulação, credenciamento, gestão de tecnologia sanitária e tecnologia em saúde, mas também o componente de avaliação e monitoramento; e que ele esteja inserido no contexto de um plano nacional de saúde.

Fonte da imagem: Freepik
Fonte: OPAS/OMS



Deixe um comentário