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O trabalho “Fatores Desencadeadores e Consequências do Sofrimento Moral dos Enfermeiros de Unidade de Terapia Intensiva”, de autoria da enfermeira Mara Ambrosina Vargas, editora da Revista Científica do Cofen ‘Enfermagem em Foco’, foi apresentado nesta quarta-feira (15/9), na 17ª Conferência Internacional de Ética em Enfermagem.
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O estudo explicita que o Sofrimento Moral se manifesta a partir da sensibilidade do profissional a questões morais, ocorrendo em virtude de situações conflitantes. Surge quando o sujeito é colocado frente a questões que lhe exigem posicionamento contrário aos valores pessoais e/ou profissionais e esta decisão não produz os efeitos esperados.
Dentre os fatores desencadeadores de Sofrimento Moral estão as políticas institucionais e estrutura centralizadora no poder médico; hospitalização desnecessária de pacientes; colaboração inadequada entre colegas de trabalho e médicos; futilidade e obstinação terapêutica; desrespeito ao paciente; erro médico; negligência do profissional no cuidado ao paciente; pesquisa com o paciente sem informar ao mesmo e a sua família; inadequadas responsabilidades, recursos e competências; alocação de recursos humanos e materiais inadequados; altos níveis de responsabilidade e falta de orientações e diretivas claras de trabalho.
O estudo mostra que as consequências do Sofrimento Moral estão relacionadas ao abandono da profissão, negligência dos cuidados de enfermagem, aflição, raiva, autoestima diminuída, depressão, cansaço, amargura, frustração, Burnout, aumento da frequência dos erros cometidos e imunidade alterada.
Nesse mesmo evento, a doutoranda Carolina Caram, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFMG apresentou o trabalho intitulado “A Prática Profissional do Enfermeiro na Saúde Família: Biopolitica, Biopoder e Sofrimento Moral”.
Nesse estudo, os resultados evidenciam que o sofrimento moral é vivenciado pelos enfermeiros ao assumirem atribuições de competência do médico. Assim, percebe-se o distanciamento das virtudes inscritas na enfermagem de modo a gerar deturpação de valores quando a prática profissional negligencia o bem interno da profissão. Também gera sofrimento moral a imposição, por parte da gestão, de controle e disciplina sobre a vida da comunidade pelos enfermeiros.
As apresentadoras informam que esses estudos, dentre vários outros que estão em fase de elaboração e que versam acerca da temática do sofrimento moral dos enfermeiros, fazem parte de um grande projeto coordenado pela professora Flávia Regina Ramos, da UFSC, em parceria com professora Maria José Brito e seus orientandos da UFMG e com o professor Edison Barlem, da FURG.

 
FONTE: COFEN