Risco de surtos de doenças preveníveis por vacina está em seu ponto mais alto dos últimos 30 anos

Risco de surtos de doenças preveníveis por vacina está em seu ponto mais alto dos últimos 30 anos

Embora as Américas tenham sido a primeira região do mundo a eliminar a poliomielite em 1994 e tenham sido historicamente líderes mundiais no controle e eliminação de doenças, “os programas nacionais de imunização sofreram inúmeras perdas na última década”, disse Jarbas Barbosa, diretor da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Financiamento inadequado para a imunização e aumento da hesitação em relação às vacinas devido à desinformação têm sido alguns dos principais fatores para a queda na cobertura, ainda mais exacerbados pela pandemia da COVID-19.

Atualmente, a Região das Américas é a segunda do mundo com a pior cobertura vacinal. Cerca de 2,7 milhões de crianças não receberam todas as doses em 2021, deixando-as sem proteção completa contra difteria, tétano e coqueluche. Dois países – Brasil e México – respondem por mais de 50% das crianças que nunca receberam uma vacina na região.

A falta de implementação e manutenção eficazes da cobertura vacinal de rotina deixa as crianças “suscetíveis a doenças como poliomielite, tétano, sarampo e difteria”, disse Jarbas Barbosa.

A Semana de Vacinação nas Américas é “uma estratégia extraordinária para complementar os esforços dos programas nacionais de imunização”, disse o diretor da OPAS sobre a iniciativa que, desde a sua criação há 20 anos, impulsionou a vacinação de mais de 1 bilhão de pessoas de todas as idades.

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Este ano o tema da Semana é Mantenha-se em dia #CadaVacinaConta e o objetivo é alcançar mais de 92 milhões de pessoas em toda a região com vacinas que salvam vidas, ate 29 de abril.

O compromisso da OPAS em fortalecer os programas nacionais de imunização não se encerra com essa campanha, acrescentou o diretor. A Organização continua trabalhando com países da região, parceiros e doadores para fortalecer e modernizar os programas nacionais de imunização, melhorar e reforçar as operações da cadeia de frio e implementar abordagens inovadoras para lidar melhor com os desafios que a pandemia trouxe à tona.

A OPAS também está apoiando a produção de vacinas por meio de sua Plataforma Regional para o Avanço da Fabricação de Vacinas contra a COVID-19 e outras Tecnologias de Saúde nas Américas e está trabalhando com a Sinergium Biotech na Argentina e o Instituto Bio-Manguinhos (Fiocruz) no Brasil, no desenvolvimento e produção regional de vacinas de RNA mensageiro.

“Os programas nacionais de imunização são nossa primeira linha de defesa contra surtos”, disse Jarbas Barbosa. ” Mas cada um de nós pode fazer sua parte para proteger a si mesmo e a seus entes queridos. E podemos começar nos vacinando nesta Semana de Vacinação nas Américas “.

Vacinação nas Américas em números

  • Em 2021, mais de 2,7 milhões de crianças menores de 1 ano não receberam todas as doses de vacina contra difteria, tétano e coqueluche.
  • Em 2010, as Américas eram a segunda região com a maior cobertura vacinal relatada. Hoje, é a segunda região com a pior cobertura do mundo.
  • O risco de surtos de doenças preveníveis por vacina está atualmente em seu ponto mais alto nos últimos 30 anos.
  • Os programas nacionais de imunização na América Latina e no Caribe evitam cerca de 174 mil mortes anualmente em crianças menores de cinco anos.
  • Desde 2003, a Semana de Vacinação nas Américas (SVA) ajudou os países a alcançar quase 1,1 bilhão de pessoas com vacinas que salvam vidas em mais de 40 países e territórios.
  • A SVA apoiou a eliminação de seis doenças preveníveis por vacina: poliomielite, sarampo, síndrome da rubéola congênita, tétano neonatal, hepatite B e varíola.
  • Este ano, a SVA tem como objetivo apoiar 45 países e territórios para alcançar mais de 92 milhões de pessoas com mais de 144 milhões de doses de diferentes vacinas.

Fonte da imagem: Freepik
Fonte: OPS/OMS



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