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Segundo o NCCMERP, erro de medicação é qualquer evento evitável que pode causar ou induzir ao uso inapropriado do medicamento ou prejudicar o paciente, enquanto a medicação está sob o controle de um profissional de saúde, paciente ou consumidor. A ocorrência de erros de medicação apresenta uma alta incidência em todos os tipos de organizações de saúde (incluindo organizações ambulatoriais e serviços de diagnósticos).

Conhecer os passos críticos para se garantir a segurança em todo o ciclo do medicamento é de suma importância.
A administração medicamentosa se torna de alta importância, por ser a última barreira de captação de possíveis falhas advindas de outras etapas do ciclo do medicamento.

Segundo Leape et al. (1995), “a enfermagem é capaz de impedir até 86% dos erros relacionados ao uso de medicamentos, provenientes dos processos de prescrição, transcrição, e de dispensação, porem, apenas 2% dos erros relacionados à administração conseguem ser impedidos”.

Leia também: Quem são os envolvidos na segurança do paciente?

A equipe de enfermagem precisa estar ciente de quais são estas etapas de maior criticidade, a fim de realizar conferências que funcionam como barreiras de processo. Vale lembrar que a chance de dano grave ou óbito de pacientes, por erros de administração de medicamentos, é muito grande.

Os “9 certos da administração de medicamentos’’ são utilizados para alertar os profissionais sobre fatores que podem ocasionar os erros de medicação. Esses fatores devem ser sistematicamente verificados a cada administração de medicamentos:

1. Paciente certo
2. Medicação certa
3. Dosagem certa
4. Via certa
5. Horário certo
6. Registro certo
7. Abordagem certa
8. Forma farmacêutica certa
9. Monitoramento certo

1. Paciente certo
Dividir as responsabilidades em etapas facilita, e muito, na hora de evitar qualquer erro na administração de um medicamento. Por isso, o primeiro certo está relacionado com a identificação do paciente. Nesse ponto, devem ser analisados nome completo e data de nascimento registrado na ficha e na etiqueta do paciente. Também é importante confirmar com o próprio paciente esses dois dados identificadores para eliminar as chances de fichas ou etiquetas trocadas. Dessa forma, o enfermeiro tem a certeza de que tal medicação foi realmente prescrita para a pessoa em questão.

2. Medicação certa
No segundo certo é necessário conferir e confirmar a medicação prescrita. Com a correria dos hospitais e postos de saúde e a variedade de medicamentos com embalagens parecidas, cumprir o segundo certo é essencial para evitar qualquer tipo de confusão. Nesse momento, é importante se certificar se o medicamento que está dentro da embalagem é o mesmo que ela indica, e analisar se os nomes batem com a prescrição médica. Além disso, também é importante perguntar ao paciente se há algum tipo de alergia a algum medicamento em geral.

3. Dosagem certa
Paciente e medicamento certos, agora é a hora de conferir a dosagem indicada. A dosagem sempre é receitada de acordo com o paciente e seu quadro atual, assim como suas particularidades médicas. Por isso, ser fiel a dosagem prescrita é fundamental. Nesse momento, um erro de dosagem pode ser fatal – ou até mesmo insuficiente, comprometendo todo o tratamento e triagem.

4. Via certa
Os efeitos e agilidade do medicamento no organismo do paciente depende diretamente de sua via de aplicação. Por isso, ela sempre deverá ser indicada pelo médico responsável. Nessa etapa, o profissional de enfermagem deve confirmar onde a injeção deverá ser aplicada de acordo com a prescrição, que pode ser intravenosa, subcutânea ou intramuscular. Garantindo, assim, os efeitos esperados e eliminando qualquer complicação.

5. Horário certo
Verificar a hora indicada e garantir que o procedimento será realizado sem nenhum tipo de atraso. Caso a medicação precise ser preparada antecipadamente, será necessário redobrar a atenção em relação ao período de estabilidade do fármaco e também às questões de armazenamento até o momento da aplicação.

6. Registro certo
O registro envolve todos os procedimentos realizados com o paciente, assim como nomes de medicamentos e horário de cada ação. Esse documento ajudará no caso de mudanças de turno ou na orientação de outros enfermeiros, médicos e profissionais. Continuidade ao tratamento com maior segurança e evitando repetir medicações ou confundir procedimentos.

7. Abordagem certa
Além de saber como tratar e explicar o procedimento para o paciente, o enfermeiro também deverá estar disposto para responder qualquer dúvida e transmitir segurança na hora da medicação. Ao ter conhecimento sobre o que está sendo aplicado e para que serve tal medicamento, o paciente se sentirá mais à vontade e facilitará esse processo.

8. Forma farmacêutica certa
Forma farmacêutica do medicamento na hora da administração ao paciente. Caso seu paciente não esteja em condições de receber o tipo de medicação e aplicação indicadas, contatar o médico antes de prosseguir.

9. Monitoramento certo
Observar atentamente o paciente que foi medicado para avaliar as respostas do seu organismo aos medicamentos. Checar se os efeitos desejados estão sendo obtidos, ou se qualquer outro efeito não esperado esteja presente. Questionar o próprio paciente ou os acompanhantes e familiares também pode ajudar a fazer uma avaliação assertiva.

Concluindo… Cada um dos “certos” deve funcionar como uma efetiva barreira para evitar as ocorrências de eventos indesejados ao paciente, uma ve que erros de medicação são passíveis de prevenção.
Outras estratégias podem aprimorar a segurança na administração de medicamentos:
• Implementar um sistema de notificação de erros de medicação, incentivando a notificação voluntária (e não punitiva) destes erros (ou quase-erros: near-miss).

• Não permitir que outro profissional prepare/dilua a medicação que você, profissional de enfermagem, vai administrar, sem haver um processo seguro implementado (por exemplo: manipulação dos antibióticos em cabine de fluxo lainar na farmácia, assegurando conferências de todas as etapas do processo, identificando claramente as seringas, etc).

• Na dúvida sobre qualquer item da prescrição, não administrar o medicamento até que o médico prescritor confirme as informações. Não hesite em pedir ajuda à equipe de farmácia, em caso de dúvidas sobre medicamentos.

• Dar preferência para práticas de boa comunicação e gerenciamento do uso de medicamentos, especialmente os medicamentos de alto risco/potencialmente perigosos, como é o caso dos eletrólitos concentrados.

Fonte da imagem: Freepik

 

 



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