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O que é ABA (Análise do Comportamento Aplicada)?

A ABA tem recebido destaque pela OMS e Ministério da Saúde por ter sua eficácia comprovada em TEA (transtornos do espectro do autismo)

A análise do comportamento aplicada, conhecida como ABA (em inglês: Applied Behavior Analysis), é uma abordagem que envolve a avaliação, o planejamento e a orientação – por parte de um profissional analista – do comportamento capacitado.

Os procedimentos de tratamento devem se basear na análise do caráter singular da história de cada pessoa. O comportamento é definido como a relação existente entre as ações de um indivíduo e os eventos anteriores e consequentes a essas mesmas ações. Apenas a investigação da dinâmica única dessas relações poderá fornecer embasamento suficiente para as práticas terapêuticas.

A ABA tem sido amplamente utilizada para o planejamento de intervenções de tratamento e educação para pessoas com transtornos do espectro do autismo. Nesses casos, a abordagem prioriza a criação de programas para o desenvolvimento de habilidades sociais e motoras nas áreas de comunicação e autocuidado, proporcionando a prática (de forma planejada e natural) das habilidades ensinadas, com vistas à sua generalização.

Cada habilidade é dividida em pequenos passos e ensinada com ajudas e reforçadores que podem ser gradualmente eliminados. Os dados são coletados e analisados. A técnica atua também na redução de comportamentos não adaptativos (estereotipias, agressividade etc.), particularmente ao substituí-los por novos comportamentos socialmente mais aceitáveis e que sirvam aos mesmos propósitos, mas de modo mais eficiente.

Intervenções analítico-comportamentais podem ajudar, por exemplo, uma pessoa com transtorno do espectro do autismo a se comunicar melhor, a produzir consequências de modos mais efetivos e refinados nas relações sociais que mantém, de modo que se sentirá mais autônoma para fazer escolhas em sua vida, seja para realizar trabalhos artísticos, engajar-se em atividades de lazer e estudo, buscar oportunidades no mercado de trabalho ou fazer qualquer outra coisa que venha a escolher.

O profissional deve trabalhar para que a pessoa com TEA venha a se tornar capaz de escolher por si própria, com vistas a ampliar seu repertório comunicativo, buscando torná-la mais apta a produzir, em sua história, contextos que contribuirão para a sua autonomia

A ABA foi caracterizada como uma ciência complexa derivada do behaviorismo de Burrhus Frederic Skinner (1904-1990). É uma abordagem baseada em evidências científicas, originada nos EUA, na década de 60.

Na intervenção no comportamento da pessoa com Transtorno do Espectro Autista, a ABA é a terapia comportamental que funciona porque é intensiva, sistemática e ensina habilidades. A ABA tem recebido destaque considerável pela Organização Mundial de Saúde e Ministério da Saúde: não só por isso, mas também por ter sua eficácia comprovada, diferentemente de outras aplicadas no campo.

Recentemente o autismo passou a aparecer oficialmente na agenda política da saúde. Com a publicação da Portaria nº 336/2002, o CAPSI consolidou-se como equipamento privilegiado para a atenção psicossocial à criança com autismo no âmbito do SUS, embora não se dirija de modo exclusivo a essa clientela.

 

Como é a terapia ABA é realizada?

No livro da pesquisadora do IPUSP Luisa Guirado, “Tratamentos do autismo: a direção do olhar” encontra-se a estrutura do tratamento que é dividida em 4 etapas (Windholz, 1995):

1ª. Avaliação comportamental. Busca identificar as variáveis que controlam o comportamento-alvo. É necessário entender os fatores biológicos, sociais, econômicos e culturais, idade, estágio do desenvolvimento e o contexto em que ocorreram e a consequência que os mantém.

2ª. Seleção de metas e objetivos. As metas são adquirir mais independência, desenvolver a comunicação e tornar o comportamento social mais aceitável e os objetivos são ligados a generalização dos comportamentos aprendidos, funcionalidade e adequação à idade, a médio prazo. Cada habilidade a ser aprendida é dividida em pequenos passos ensinada com ajudas e reforçadores que poderão, gradualmente, ser eliminados.

3ª. Elaboração de programas de tratamento. Este é o momento em que são definidos os comportamentos a serem ensinados e as condições em que devem ocorrer. É preciso que os procedimentos sejam claros e que haja um reforçamento sistemático e eficaz. Verificação por dados da linha de base do quanto a criança já sabe, registrar e quantificar as respostas ao longo do programa para que seja possível verificar o processo e o progresso na aprendizagem.

4ª. Intervenção. Há uma dificuldade das crianças com TEA no aprendizado e por isso a intervenção deve ser cuidadosamente planejada.

 

Para atingir o objetivo buscado pelos que optam por trabalhar com a ABA, a intervenção deve ser efetiva (deve ocorrer a melhora das condições comportamentais do indivíduo) e produzir mudanças generalizadas, ou seja, que os novos padrões comportamentais sejam mantidos no tempo, apareçam em diferentes ambientes ou contextos e que novos comportamentos relacionados sejam desenvolvidos sem uma intervenção direta.

Não é apenas dentro da clínica que a intervenção deve ser feita, mas em todos os momentos de atividades, o que envolve a escola e o lar da criança. Além disso, quanto mais cedo for iniciada, melhores serão os resultados, pois em uma criança mais velha, certos comportamentos já estão solidificados. Portanto, o maior foco do trabalho acaba sendo barrar esses comportamentos em vez de ensinar novos e desenvolver capacidades.

É indispensável a participação da família para que a ABA se estenda também para fora da clínica. Quanto maior o envolvimento, maior a eficácia da terapia, por isso é muito importante que todos ao redor da criança saibam o básico sobre a Análise do Comportamento.

Fonte da imagem: Envato

Fonte:

• Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Especializada e Temática. Linha de cuidado para a atenção às pessoas com transtornos do espectro do autismo e suas famílias na Rede de Atenção Psicossocial do Sistema Único de Saúde / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática. – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.


• Juliane F.S.Santos. Análise do Comportamento auxilia no tratamento de TEA. Portal de Divulgação Científica do IPUSP. Instituto de Psicologia da USP.



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