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Na última sexta-feira – 16 de setembro – foi Dia Mundial do Preservativo Feminino. Intimamente relacionado à sexualidade, ao prazer e à autonomia da mulher, o uso do insumo ainda é permeado por tabus, mas especialistas garantem: a camisinha feminina veio para ficar. “O preservativo feminino é um poderoso insumo de proteção e uma estratégia de prevenção prioritária para o Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, além de um importante instrumento de fortalecimento da autonomia das mulheres”, garante a assessora técnica Elisiane Pasini, da Coordenação de Prevenção e Articulação Social do DDAHV. “A ideia é aumentar o acesso ao insumo e, consequentemente, o seu uso”, assegura.

PATH staffer Cristina Butler holding a Woman's Condom female condom.
PATH staffer Cristina Butler holding a Woman’s Condom female condom.

 
De fato – e não por acaso –, o Brasil se tornou recentemente o país que mais compra preservativos femininos no mundo, via governo federal, graças à crescente promoção de seu uso pelo Ministério da Saúde: em 2015, por exemplo, foram distribuídos mais 22 milhões de unidades por todo o país. Até agosto de 2016, foram distribuídas mais de 6 milhões de unidades. Para dar conta da demanda, a única fábrica do mundo a produzir os preservativos femininos – que fica na Malásia – vem entregando os lotes de forma escalonada. E com uma ressalva: o preservativo feminino ainda é ao menos duas vezes mais caro do que o seu equivalente masculino.
O enorme investimento é justificável: estudos recentes indicam que o preservativo feminino é importante tanto por seu potencial como insumo de prevenção contra as infecções sexualmente transmissíveis (IST), o HIV/aids e a gravidez quanto pela autonomia que confere às mulheres no exercício de práticas sexuais com proteção e prazer – ainda que, neste caso como em tantos outros, as responsabilidades devem ser compartilhadas entre os parceiros. “Os dois preservativos contribuem para os direitos sexuais e reprodutivos, mas o feminino é uma alternativa de prevenção que dá enorme autonomia à mulher, porque é no corpo dela que é colocado”, reitera Elisiane Pasini.
TERRITÓRIOS – “O DDAHV quer possibilitar que as pessoas realizem suas escolhas de prevenção a partir de seus corpos, de seus desejos e de suas especificidades, em seus próprios territórios”, assegura Elisiane Pasini, lembrando que “o preservativo precisa sair da unidade de saúde e preciso chegar até as pessoas”. “As pessoas estão na rua, então o preservativo também tem de estar na rua – em bares, boates, saunas, salões de beleza”, reitera. Segundo a assessora técnica, é importante retirar a discussão sobre o preservativo feminino do território apenas da saúde. “Fazer sexo com o preservativo é bom; o preservativo feminino precisa estar incorporado à cena sexual de todas as pessoas”, diz Elisiane.
HISTÓRIA – O preservativo feminino é um método contraceptivo de barreira e foi inventada pelo médico dinamarquês Lasse Hershel no fim dos anos 1990.
O Ministério da Saúde vem distribuindo preservativos femininos desde o ano 2000. Nos últimos anos, a aquisição aumentou de 2 milhões, em 2000, para 50 milhões, em 2014. O preservativo feminino está em todos os serviços de saúde, e é distribuído considerando as necessidades declaradas pelos usuários e pela disponibilidade do insumo nos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).
Hoje, o preservativo integra o rol de estratégias desenvolvidas pelo DDAHV para ampliar as opções de proteção das mulheres diante das IST e do HIV/aids, como parte da chamada “prevenção combinada”.
Ainda assim, o uso do preservativo feminino ainda é menor que o esperado – e a desinformação prevalece. Os tabus ainda inerentes ao sexo, ao medo da mulher se tocar, às dificuldades das mulheres de negociarem o uso do preservativo e de dialogar sobre seus corpos são alguns dos aspectos apontados como barreiras ao seu uso. O DDAHV fará frente a esta realidade por meio da maciça distribuição do preservativo e da intensa veiculação de informações sobre o seu uso.
Fonte: Ministério da Saúde