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A Fiocruz, junto como Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI) e o Instituto Oswaldo Cruz (IOC), realizaram um estudo que demonstrou a relação entre a exposição/ infecção de animais de estimação e a infecção de seus donos/criadores pelo Sars-CoV-2.

A pesquisa analisou a prevalência do vírus em cães e gatos, bem como as possíveis alterações clínicas e laboratoriais associadas à infecção no animal. O estudo contou com a colaboração do Laboratório de Vírus Respiratórios e do Sarampo do IOC, referência em coronavírus da OMS para as Américas, na análise dos casos de 21 pacientes e de seus 39 animais de estimação no Rio de Janeiro ao longo de 6 meses de 2020.

A pesquisa Investigation of SARS-CoV-2 Infection in Dogs and Cats of Humans Diagnosed with COVID-19 in Rio de Janeiro, Brazil selecionou o grupo de pacientes de famílias distintas com exame RT-PCR positivo, fazendo a seleção de 29 cães e 10 gatos.

Para pacientes que viviam simultaneamente com outras pessoas, os outros moradores da casa foram chamados a participar mesmo que não apresentassem sintomas de infecção, considerando a possibilidade de circulação do coronavírus.

Leia também: Aumento de casos de Covid-19 nas faixas etárias de 30 a 39 anos, 40 a 49 anos e 50 a 59 anos

Após a confirmação dos casos humanos de Covid-19, os pesquisadores coletaram as primeiras amostras biológicas dos animais envolvidos para identificação de infecção ou exposição ao vírus. Teste de Redução e Neutralização de Placas (PRNT90) para analisar se os animais desenvolveram anticorpos contra Sars-CoV-2 também foram realizados. Os pesquisadores também avaliaram a presença de alterações clínicas e laboratoriais associadas à infecção animal.

De 21 domicílios:

  • Metade apresentava um ou mais animais de estimação positivos para Sars-CoV-2: 9 cachorros (31%) e 4 gatos (40%) infectados ou expostos ao Sars-CoV-2.
  • Os resultados de RT-PCR positivos ocorreram 11 a 51 dias após o aparecimento dos primeiros sintomas de seus tutores.
  • Entre os cães, 3 apresentaram dois testes positivos realizados num intervalo de 14, 30 e 31 dias.
  • As amostras de sangue determinaram presença de anticorpos contra o Sars-CoV-2 em um cão e em dois gatos.
  • 46% dos animais infectados apresentaram sinais clínicos leves e reversíveis que podiam estar associados a infecção pelo vírus.

A pesquisa aponta a importância do distanciamento social de humanos infectados inclusive com seus animais de estimação, que podem ser infectados. Animais castrados são mais suscetíveis e que dividir a cama com o tutor eleva o risco de infecção.

Os casos foram notificados ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento que também notificou os casos na plataforma da The World Organization for Animal Health (OIE).

Os cães e gatos raramente se infectam com o vírus e dificilmente apresentam doença, que quando ocorre normalmente tem uma evolução branda. Nos casos de infecção desses animais relatados mundialmente, essa infecção é de curta duração e o vírus é encontrado geralmente em quantidade muito baixa. Essa baixa quantidade de vírus pode explicar que não há comprovação de que cães e gatos possam transmitir naturalmente esse vírus ou ser fonte de infecção para seres humanos.

A propagação atual do novo coronavírus é resultado da transmissão de humano para humano. Os casos de infecção natural de cães e gatos até o momento foram relacionados a transmissão pelos tutores contaminados pelo vírus. Gatos são mais susceptíveis à infecção pelo novo coronavírus do que os cães e podem transmitir esse vírus para outros gatos em condições de laboratório. Não está provada a transmissão do novo coronavírus dos cães para outros cães ou gatos.

Não existe motivo para deixar de ter cães e gatos e abandoná-los em caso de estarem positivos para o novo coronavírus.

Fonte da imagem:

Fonte da notícia: Fiocruz

 



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