[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]
[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]

Como os Melhores Hospitais do Mundo Cuidam da Saúde Mental de Seus Times?

A Mayo Clinic possui líderes treinados em empatia e comunicação não violenta

Nos últimos anos, especialmente após a pandemia de COVID-19, hospitais de excelência em todo o mundo passaram a reconhecer a saúde mental dos profissionais como um recurso estratégico tão valioso quanto a tecnologia e a infraestrutura. Instituições como a Mayo Clinic, Cleveland Clinic, Johns Hopkins Medicine, NHS Foundation Trust (Reino Unido) e St Vincent’s Health (Austrália) estão liderando um movimento global que coloca o bem-estar emocional dos colaboradores no centro da gestão hospitalar.

Esses hospitais entenderam que profissionais exaustos não conseguem cuidar de pacientes com segurança e empatia. Mais que isso: profissionais emocionalmente adoecidos aumentam os riscos de erro assistencial, absenteísmo, rotatividade e queda na produtividade. Por isso, hospitais de alta performance estão investindo em programas estruturados e permanentes de apoio à saúde mental, com resultados consistentes em clima organizacional, desempenho institucional e experiência do paciente.

 

Leia mais: Nova NR-1: empresas precisarão implementar medidas para proteger a saúde mental da equipe

 

Na Cleveland Clinic, por exemplo, foi criado o programa Caring for Caregivers, que inclui consultoria psicológica 24 horas por dia, apoio jurídico e financeiro, grupos de escuta ativa e ações de autocuidado integradas ao expediente. O programa já é citado em publicações científicas como modelo de boas práticas em saúde mental ocupacional e foi responsável por uma queda de 60% no absenteísmo em setores críticos.

Na Mayo Clinic, uma das estratégias adotadas foi a formação de líderes treinados em empatia e comunicação não violenta, além de comitês internos de “cuidado com quem cuida”, que promovem rodas de conversa, mentoria emocional entre pares e suporte personalizado para profissionais envolvidos em eventos adversos.

 

 

Já no Reino Unido, o sistema de saúde pública (NHS) criou os chamados Wellbeing Hubs, centros de bem-estar físico e mental para os colaboradores, com acesso gratuito a sessões de terapia, yoga, mindfulness, coaching e orientação nutricional. Os hubs também oferecem suporte específico a gestores que lidam com equipes emocionalmente fragilizadas, reforçando a ideia de que a liderança também precisa ser cuidada.

Outro exemplo vem da Austrália, onde o St Vincent’s Health implementou o Whole-of-Hospital Mental Health Strategy, um plano institucional que integra a saúde mental dos colaboradores aos processos de qualidade e segurança. A estratégia inclui a avaliação regular da saúde mental e emocional dos times, com base em dados e indicadores, e a criação de planos de ação com apoio direto das diretorias executivas.

O que essas instituições têm em comum? A resposta é clara: elas tratam a saúde mental com a mesma prioridade que a segurança do paciente e a qualidade assistencial. Criam estruturas permanentes, investem em formação dos líderes, coletam dados sobre o bem-estar dos times e, principalmente, escutam seus colaboradores de forma genuína.

É importante destacar que essas ações não são apenas iniciativas de responsabilidade social. Elas fazem parte de um modelo de gestão mais eficiente, centrado em pessoas e capaz de atrair, reter e desenvolver talentos. Um ambiente saudável emocionalmente é também mais inovador, mais resiliente e mais orientado à excelência.

No Brasil, esse movimento começa a ganhar força com instituições que buscam apoio de organizações especializadas, como o Grupo IBES, para formar gestores com competências emocionais, implantar políticas de bem-estar e criar ambientes psicologicamente seguros.

Se os melhores hospitais do mundo estão avançando com coragem e estratégia, o Brasil também pode — e deve — seguir esse caminho. Cuidar da saúde mental dos profissionais é cuidar da base de tudo: o próprio ato de cuidar. E esse cuidado começa pela liderança.

 

Fonte da imagem: Envato

Referências Bibliográficas:

1. Cleveland Clinic. (2022). Caring for Caregivers Program. Disponível em: https://clevelandclinic.org
2. Mayo Clinic. (2021). Employee Wellbeing and Peer Support Services. Rochester, MN.
3. NHS England. (2023). Health and Wellbeing Framework. London: NHS.
4. St Vincent’s Health Australia. (2022). Whole-of-Hospital Mental Health Strategy. Sydney: SVHA.
5. The Lancet. (2021). Burnout and mental health in the medical workforce post-COVID-19.
6. World Health Organization. (2022). Mental Health at Work: Policy Brief. Geneva: WHO.
7. Harvard Business Review. (2021). How Supporting Mental Health Boosts Organizational Performance.



Deixe um comentário