- 6 de janeiro de 2022
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias
Como oportunizar a segurança do paciente?
Os protocolos constituem práticas de segurança do paciente voltadas para propiciar uma prática assistencial segura e são componentes obrigatórios dos planos (locais) de segurança do paciente dos estabelecimentos de Saúde.
Prática de Segurança é um tipo de processo ou estrutura cuja aplicação reduz a probabilidade de ocorrência de eventos adversos resultantes da exposição ao sistema de saúde em uma variedade de doenças e procedimentos.
As práticas de segurança devem ser:
- baseadas nas melhores evidências científicas de que são práticas efetivas em reduzir a chance de dano ao paciente;
- aplicadas em diferentes níveis de assistência e para diferentes tipos de pacientes;
- amplas e sustentáveis;
- utilizadas por pacientes, profissionais de saúde, fontes pagadoras e pesquisadores.
Para a OMS, a segurança é um dos seis atributos da qualidade, ao lado da efetividade, cuidado centrado no paciente, oportunidade, eficiência e equidade. Dessa forma, definiu seis protocolos básicos de segurança:
Identificação do paciente
Busca “garantir a correta identificação do paciente, a fim de reduzir a ocorrência de incidentes”, garantindo que o paciente certo, receba o tratamento certo no momento certo. Neste contexto, sugerem-se as seguintes intervenções pelos profissionais:
- Identificação do paciente;
- Educação do paciente/acompanhante/familiar/cuidador;
- Confirmação da identificação do paciente antes de receber o cuidado.
Para o cumprimento destas diretrizes, o Protocolo reforça a importância da existência de mecanismos de monitoramento (a curto e longo prazo) nas instituições.
Leia também: Gestão de qualidade em saúde: 13 Práticas de Qualidade e Segurança do Paciente
Higiene das mãos
Esse ato de segurança refere-se a higienização das mãos a fim de prevenir a transmissão de microorganismos e doenças. Assim, o Protocolo expõe os 5 momentos em que a higienização das mãos devem ser feitas:
- Antes do contato com o paciente;
- Antes da realização do procedimento;
- Após a exposição a fluidos corporais;
- Após o contato com o paciente;
- Após o contato com áreas próximas ao paciente.
Segurança cirúrgica
O Protocolo foi criado com objetivo de “determinar as medidas a serem implantadas para reduzir a ocorrência de incidentes, eventos adversos e a mortalidade cirúrgica”, focando na utilização da Lista de Verificação de Cirurgia Segura da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual contém três etapas:
- Antes da indução anestésica
- Antes da incisão cirúrgica
- Antes do paciente sair da sala cirúrgica
Segurança na prescrição, uso e administração de medicamentos
O Protocolo tem o objetivo de “promover práticas seguras no uso de medicamentos em estabelecimentos de saúde” de modo a reduzir estes indicadores, por meio do/a:
- Acesso à informação medicamentosa pelos profissionais
- Desenvolvimento de um padrão interno de treinamento
- Padronização dos processos
- Uso de equipamentos tecnológicos
- Educação permanente
Prevenção de quedas dos pacientes
As quedas dos enfermos resultam em danos em 30 a 50% dos casos, sendo que 6 a 44% destes danos são graves. Entre as consequências estão:
- Aumento da estadia hospitalar
- Aumento dos custos assistenciais
- Diminuição da credibilidade da instituição
- Complicações legais
O objetivo é “reduzir a ocorrência de queda de pacientes nos pontos de assistência e o dano dela decorrente”, identificando os fatores físicos e do ambiente relacionados ao incidente e sugerindo intervenções:
- Avaliação do risco de queda;
- Identificação do paciente com risco com a sinalização à beira do leito ou pulseira;
- Agendamento dos cuidados de higiene pessoal;
- Revisão periódica da medicação;
- Atenção aos calçados utilizados pelos pacientes;
- Educação dos pacientes e dos profissionais;
- Revisão da ocorrência de queda para identificação de suas possíveis causas.
Prevenção de Lesão por pressão (LPP)
A Lesão por Pressão (LPP) é um exemplo destas lesões decorrentes de uma pressão ou fricção na pele. A UPP pode resultar em:
- Prolongamento da estadia
- Riscos de infecções graves
- Dores
- Sepse
- Mortalidade
Com o objetivo de “promover a prevenção da ocorrência de Lesão por pressão (LPP) e outras lesões da pele”, seguindo 6 etapas:
- Avaliação de úlcera por pressão na admissão de todos os pacientes;
- Reavaliação diária de risco de desenvolvimento de UPP de todos os pacientes internados;
- Inspeção diária da pele;
- Manejo da Umidade: manutenção do paciente seco e com a pele hidratada;
- Otimização da nutrição e da hidratação;
- Estratégias de monitoramento e indicadores.
A implantação dos seis protocolos de segurança do paciente não é tão complexa assim, mas precisa começar pela mudança da cultura institucional. Assim, erros no cuidado à saúde devem ser encarados como falhas do sistema e não como falhas individuais. O próprio paciente também pode participar ativamente da prevenção. A partir do momento em que ele conhece seu tratamento, adquire condições de alertar quando ocorre uma não conformidade, tornando-se a última barreira.
A segurança do paciente está presente no nível 1 da Acreditação pela ONA e você precisa ficar atento às atualizações que o Manual ONA passou. Para conhecer mais e ficar por dentro do assunto, se inscreva no Curso de Atualização do Manual OPSS ONA Versão 2022.
Fonte da imagem: Freepik
Fonte: Ministério da Saúde