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A partir desta terça-feira, dia 24 de maio, o Conselho Federal de Farmácia (CFF), coloca, em consulta pública, proposta de resolução que dispõe sobre as atribuições do farmacêutico nas atividades de perfusão sanguínea, uso de recuperadora de sangue em cirurgias, oxigenação por membrana extracorpórea (ECMO) e dispositivo de assistência circulatória.
A Perfusão ou Circulação Extracorpórea (CEC) é um sistema artificial baseado na substituição temporária da função do coração e dos pulmões durante o processo cirúrgico. O sistema mantém a perfusão dos outros órgãos e tecidos e permite que o cirurgião trabalhe em um campo cirúrgico (coração) praticamente sem sangue.
A primeira experiência ocorreu em 1953, quando um cirurgião cardíaco precisou operar um coração e, para isso, necessitava retirar o sangue de dentro dele para chegar até as cavidades, mas sem afetar cérebro e rins do paciente. Os órgãos precisavam continuar sendo perfundidos, então surgiu a técnica de circulação extracorpórea, que utiliza uma máquina chamada de “máquina coração/pulmão”, que substitui as funções do coração e do pulmão já que estes ficam parados durante a cirurgia cardiovascular.
Poucos farmacêuticos atuam nessa função que está sendo ocupada com maior intensidade agora. A farmacêutica Márcia Brasil, de Caxias do Sul (RS), trabalha com perfusão há 6 anos. Foi ela quem propôs a regulamentação dessa atividade ao CFF. No dia 11 de maio, ela esteve na sede do conselho, em Brasília, acompanhada da também farmacêutica Roberta Baierle Losekann, que tem interesse em atuar na área.
 
perfusionista
 
Márcia fez uma apresentação técnica do procedimento ao Grupo de Trabalho sobre Análises Clínicas (GTAC), que elaborou a proposta de resolução. O GTAC é coordenado pela conselheira federal de Farmácia pelo estado do Rio Grande do Norte, Lenira da Silva Costa. “Esperamos a contribuição dos colegas farmacêuticos na elaboração dessa nova resolução, para que possamos respaldar, do ponto de vista normativo, os que já atuam ou desejam atuar nesta área.”
Márcia Brasil explicou que o farmacêutico se insere como o profissional perfeitamente qualificado para manter esse sangue dentro dos padrões hemodinâmicos, mesmo fora do organismo, sendo oxigenado, para que ao retornar ao paciente, o organismo não sinta alterações significativas. Ela avalia que o profissional farmacêutico tem todas as condições para executar a circulação extracorpórea. “É uma atividade que trabalha em colaboração ao médico cirurgião, como parte de uma equipe multidisciplinar para que a cirurgia cardiovascular tenha sucesso”, contextualizou a farmacêutica.
Para Márcia, a expectativa com a regulamentação da atividade é ampliar o mercado de trabalho nessa área, para que a cirurgia cardiovascular cresça cada vez mais, e para que os farmacêuticos, sobretudo aqueles que estão saindo dos cursos de graduação, percebam que existe um amplo campo de aplicação do vasto conhecimento adquirido. “O meu interesse, como farmacêutica, é que outros colegas de profissão tenham acesso a essa atividade e descubram essa atuação, que é maravilhosa e muito interessante”, diz Márcia Brasil.
Para o presidente do CFF, Walter Jorge João, ao investir nesta proposta de regulamentação, o conselho está trilhando a passos firmes o caminho que se propôs a percorrer a partir de 2012, quando se iniciou o primeiro mandato do atual grupo gestor da entidade. “Levando em conta a capacidade e o conhecimento técnico do farmacêutico, queremos ampliar cada vez mais a sua atuação em favor da saúde e da qualidade de vida das pessoas.”
 
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Fonte: Comunicação do CFF