[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]
[ivory-search id="27469" title="Default Search Form"]

Cesarianas desnecessárias são potencialmente prejudiciais a mães e bebês

A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um recente estudo que concluiu que a cesariana continua crescendo mundialmente, sendo responsável por mais de 1 em cada 5 (21%) partos. Este número deve continuar aumentando na próxima década, com quase um terço (29%) de todos os partos possivelmente ocorrendo por cesariana até 2030.

O estudo “Trends and projections of caesarean section rates: global and regional estimates”, publicado no BMJ Global Health, analisou a base de dados nacionalmente representativos de países em todo o mundo de 1990 a 2018, retirados de relatórios de sistemas de informação de saúde de rotina e pesquisas domiciliares de base populacional de 154 países, representando 94,5% dos nascidos vivos no mundo em 2018. Ele atualiza pesquisas publicadas em 2016 e pela primeira vez, inclui projeções de tendências futuras, até 2030.

Embora uma cesariana possa ser uma cirurgia essencial e que salva vidas, ela pode colocar mulheres e bebês em risco desnecessário de problemas de saúde em curto e longo prazo, se realizada quando não há necessidade médica.

Leia também: Confira as recomendações para prevenção de Infecções Puerperais em parto vaginal e cirurgia cesariana

As cesarianas podem ser essenciais em situações como trabalho de parto prolongado ou obstruído, sofrimento fetal ou, porque o bebê está se apresentando em uma posição anormal. No entanto, como em todas as cirurgias, as cesarianas podem apresentar riscos. Isso inclui o potencial de sangramento intenso ou infecção, tempo de recuperação mais lento após o parto, atrasos no estabelecimento da amamentação e do contato pele a pele e maior probabilidade de complicações em gestações futuras.

Há discrepâncias significativas no acesso de uma mulher às cesarianas, dependendo de onde ela mora no mundo.

Nos países menos desenvolvidos, cerca de 8% das mulheres deram à luz por cesariana, com apenas 5% na África Subsaariana, indicando uma falta preocupante de acesso a essa cirurgia que salva vidas. Na América Latina e no Caribe, as taxas chegam a 4 em cada 10 (43%) nascimentos. Em 5 países (República Dominicana, Brasil, Chipre, Egito e Turquia), as cesarianas agora superam os partos normais.

As taxas mundiais de cesarianas aumentaram de cerca de 7% em 1990 para 21% atualmente. Estima-se que continuem a aumentar nesta década. Se essa tendência continuar, em 2030 as taxas mais altas provavelmente serão na:

  • Ásia Oriental (63%),
  • América Latina e Caribe (54%),
  • Ásia Ocidental (50%),
  • Norte da África (48%)
  • Sul da Europa (47%),
  • Austrália e Nova Zelândia (45%).

As causas do alto uso de cesarianas variam amplamente entre os países e dentro deles:

  • políticas e financiamento do setor de saúde,
  • normas culturais,
  • percepções e práticas,
  • taxas de nascimentos prematuros e
  • qualidade da atenção à saúde.

Em vez de recomendar taxas-alvo específicas, a OMS ressalta a importância de focar nas necessidades exclusivas de cada mulher durante a gestação e o parto. É importante que todas as mulheres possam conversar com os profissionais de saúde e participar da tomada de decisão sobre o seu parto, recebendo informações adequadas, incluindo os riscos e benefícios. O apoio emocional é um aspecto fundamental do atendimento de qualidade durante a gravidez e o parto.

A OMS recomenda algumas ações não clínicas que podem reduzir o uso desnecessário, do ponto de vista médico, de cesarianas, dentro do contexto geral de atendimento de alta qualidade e respeito:

  • Intervenções educacionais que envolvem as mulheres ativamente no planejamento do parto, como oficinas de preparação para o parto, programas de relaxamento e apoio psicossocial quando desejado, para aquelas com medo da dor ou ansiedade. A implementação de tais iniciativas deve incluir monitoramento e avaliação contínuos.
  • Uso de diretrizes clínicas baseadas em evidências, realização de auditorias regulares de práticas de cesariana em unidades de saúde e fornecimento de feedback oportuno aos profissionais de saúde sobre os resultados.
  • Exigência de uma segunda opinião médica para uma decisão de cesariana em locais onde isso for possível.

Com o único propósito de reduzir as cesarianas, algumas intervenções foram testadas por alguns países, mas requerem pesquisas mais rigorosas:

  • Um modelo de atendimento parteira-obstetra colaborativo, para o qual o atendimento é fornecido principalmente por parteiras, com apoio de 24 horas de obstetra dedicado.
  • Estratégias financeiras que equalizem as taxas cobradas para partos vaginais e cesarianas.

Fonte da imagem: Freepik

Fonte: OMS/OPAS

 



Deixe um comentário