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Na Semana Nacional de Prevenção do Câncer Bucal, que acontece no início de novembro, o Ministério da Saúde reforça as orientações sobre a importância do atendimento odontológico para o diagnóstico rápido, assim como orienta sobre a adoção de hábitos saudáveis para prevenção da doença. Esse é o 5º ano de realização da semana, que foi instituída por Lei Federal Lei nº 13.230/2015, e que coloca no calendário nacional a relevância de discutir os desafios e soluções para enfrentamento do câncer de boca.

O câncer bucal, também chamado de câncer de lábio e cavidade oral, pode aparecer nos lábios, língua, bochechas, entre outros. No estágio inicial, pode ser confundido com aftas. Os sintomas começam a se manifestar com a evolução da doença, como úlceras que não cicatrizam, dor, crescimento da lesão e sangramento. A depender do curso e estágio da doença, as pessoas afetadas podem ter comprometimento de áreas da face, necessidade de cirurgia mais invasiva, eventual perda de dentes, rouquidão, dificuldade para engolir, entre outros.

Embora a boca seja uma região de fácil acesso para o diagnóstico, evidências mostram que a maior parte dos casos de tumores malignos nessa região é diagnosticada de forma tardia, o que pode comprometer o tratamento. Por isso, a descoberta rápida da doença é primordial para o prognóstico favorável à qualidade de vida do paciente.

FATORES DE RISCO

Os casos de câncer de boca são mais comuns em homens a partir dos 40 anos. Os principais fatores de risco envolvem o consumo de tabaco (cigarro, narguilé), de bebidas alcoólicas em excesso, exposição ao sol na região dos lábios sem proteção e diagnóstico positivo para HPV.

Os sinais mais evidentes de alerta são feridas nos lábios e na boca que não cicatrizaram após 15 dias, manchas e placas vermelhas ou esbranquiçadas na boca e sangramentos sem causa conhecida na cavidade oral. Caso o paciente identifique qualquer sintoma da doença, deve procurar atendimento médico-odontológico.

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“Se você tem alguma lesão indolor por um tempo já mais estendido, que ultrapasse 15 dias, você já tem que ficar atento. Além dos hábitos que você precisa adotar para prevenção: sempre que estiver exposto ao sol estar com proteção, como um chapéu que tenha aba para cobrir a face, a boca, lábios, e evitar o consumo excessivo de álcool e de tabaco”, orienta Sumaia Coser, técnica de saúde bucal do Ministério da Saúde.

Morador de São José do Rio Preto (SP), Valdecir de Aguiar Silva, 51 anos, já foi diagnosticado duas vezes com câncer de boca. Ele buscou atendimento odontológico na Atenção Básica após descobrir uma lesão indolor na boca.

“No Centro de Especialidades Odontológicas (CEO), o doutor achou melhor fazer uma biópsia, pois a lesão estava estranha. Feita a biópsia, veio o resultado positivo. Fiz a cirurgia no hospital, mas três meses depois veio uma nova lesão. Aí fui encaminhado para quimioterapia e radioterapia. Terminei o tratamento em janeiro”, conta Valdecir, que hoje faz acompanhamento a cada três meses.

Carla Claudia de Rezende, de 47 anos, notou uma lesão na língua e procurou atendimento em uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de São José do Rio Preto (SP). O diagnóstico foi positivo para câncer e o tratamento foi feito integralmente no Sistema Único de Saúde (SUS), de forma gratuita.

“O diferencial do tratamento foram as pessoas, que te olham com carinho e com amor para efetuar o trabalho que elas estão fazendo. Isso foi essencial para o meu tratamento”, diz Carla.

Mais de 80 mil dentistas atendem hoje pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo mais de 53 mil na Atenção Primária à Saúde, atuantes nas Equipes de Saúde da Família e Atenção Primária. Os profissionais estão preparados para fazer o diagnóstico correto e orientar a população sobre o tratamento.

“O cirurgião-dentista possui um papel fundamental na detecção e na prevenção do câncer de boca. Ele pode realizar a biópsia diretamente na unidade de Atenção Primária à Saúde ou encaminhar para um hospital. O profissional também incentiva o paciente a participar de grupos que estimulem sua vida saudável, como de cessação do tabagismo, por exemplo”, afirma Sumaia Coser.

DADOS

No Brasil, o câncer de boca é o quinto tipo de câncer mais incidente entre os homens. Entre as mulheres, ocupa a 13º posição. A estimativa é de que mais de 15 mil novas pessoas tenham a doença entre 2020 e 2022.

Em 2018, ocorreram 6.455 mortes por câncer de lábio e cavidade oral, sendo 4.974 em homens e 1.481 em mulheres.

Fonte da imagem: Freepik
Fonte da notícia: Ministério da Saúde



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