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Afinal, vapes e cigarros eletrônicos fazem mal para a saúde?

Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como Sistemas Eletrônicos de Administração de Nicotina (ENDS em inglês) ou Sistemas Eletrônicos sem Nicotina (ENNDS em inglês) são sistemas em que o usuário inala aerossóis gerados pelo aquecimento de um líquido que pode conter ou não nicotina, além de aditivos, sabores e produtos químicos tóxicos à saúde.

Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vaper, pod, e-cigarette, e-ciggy, e-pipe, e-cigar e heat not burn (tabaco aquecido), possuem quantidades variáveis de nicotina e outras substâncias tóxicas, tornando suas emissões prejudiciais tanto para quem faz o uso direto quanto para quem é exposto aos aerossóis.

Mesmo alguns produtos que alegam não conter nicotina podem, na verdade, apresentar essa substância em sua composição, e suas emissões são nocivas.

A nicotina causa dependência e pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral de crianças e adolescentes, impactando no aprendizado e na saúde mental. Evidências apontam que os jovens que usam cigarros eletrônicos têm 2 vezes mais chances de tornarem-se fumantes na vida adulta.

Embora seja muito cedo para fornecer uma resposta clara sobre o impacto a longo prazo desses dispositivos, estudos recentes sugerem que o uso de vapes pode aumentar o risco de doenças cardíacas e distúrbios pulmonares. Além disso, a exposição à nicotina em mulheres grávidas pode afetar negativamente o desenvolvimento cerebral do feto.
O uso de cigarros eletrônicos também pode expor não-fumantes à nicotina e outros químicos nocivos. Esses dispositivos podem causar lesões físicas, incluindo queimaduras por explosões ou mau funcionamento, quando os produtos apresentam falhas ou são adulterados pelos usuários. A exposição acidental de crianças aos líquidos dos cigarros eletrônicos representa sérios riscos, pois os dispositivos podem vazar ou as crianças podem engolir o líquido ou as cápsulas.

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Recentemente, vapes foram associados a um surto de lesões pulmonares nos Estados Unidos. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA (CDC) descreve isso como lesão pulmonar associada a cigarros eletrônicos ou vaping (EVALI), o que levou o CDC a iniciar uma investigação de emergência em 2019. O CDC indicou: “A partir de 18 de fevereiro de 2020, houve um total de 2.807 casos de EVALI relatados em todos os 50 estados, no Distrito de Columbia, em Porto Rico e nas Ilhas Virgens, incluindo 60 mortes confirmadas em 27 estados e no Distrito de Columbia”.

Embora não se tenha uma conclusão definitiva, acredita-se que o acetato de vitamina E (VEA), um aditivo comum no cigarro eletrônico que contém cannabis (ou THC), tenha desempenhado um papel significativo nesses casos de lesão pulmonar.

Os cigarros eletrônicos são menos perigosos do que os cigarros convencionais?

Tanto os cigarros eletrônicos como os cigarros convencionais de tabaco apresentam riscos para a saúde. A abordagem mais segura é não usar nenhum deles.

Os níveis de risco associados à utilização de vapes ou produtos do tabaco podem variar de acordo com uma série de fatores, incluindo o tipo e as características do produto, como os produtos são usados, a frequência de uso, como são fabricados, quem está usando o produto e se as características do produto são manipuladas no pós-venda. A toxicidade não é o único fator a ser considerado ao avaliar o risco da exposição às emissões desses produtos.

Outros fatores incluem a potencial manipulação do produto, como o uso simultâneo com outros produtos de tabaco (uso duplo ou poli) e o fato de que o uso de cigarros eletrônicos pode levar crianças e adolescentes a usarem outros produtos de tabaco. Além disso, é importante destacar que nem todos os vapes são iguais e que os riscos para a saúde podem diferir de um produto para outro e de usuário para usuário.

 

Os cigarros eletrônicos causam dependência?

A nicotina causa dependência. Uma pessoa que não fuma e começa a usar cigarros eletrônicos pode se tornar dependente de nicotina e ter dificuldades para cessar o uso, ou ainda, pode tornar-se dependente de produtos convencionais de tabaco.

 

As emissões dos cigarros eletrônicos são perigosas?

Os aerossóis gerados pelos vapes normalmente aumentam a concentração de material particulado em ambientes internos. Esses aerossóis contêm nicotina e outras substâncias tóxicas, representando assim riscos potenciais tanto para quem vaporiza quanto para quem está exposto ao fumo passivo.

 

Atualmente, cigarros eletrônicos são proibidos em mais de 30 países em todo o mundo, inclusive no Brasil. Em outros países, eles são regulados como produtos de consumo, produtos farmacêuticos, produtos de tabaco, entre outras categorias ou não são regulamentados. A OPAS/OMS recomenda a sua regulamentação, que pode incluir a proibição, baseada em princípios como:

  • Impedir o início da utilização de cigarros eletrônicos por não fumantes e crianças, por exemplo, proibindo ou restringindo a publicidade, promoção e patrocínio, e restringindo sabores que atraem as crianças.
  • Minimizar, tanto quanto possível, os potenciais riscos para a saúde, por exemplo, regulamentando as características do produto.
  • Proteger os não fumantes da exposição às emissões, por exemplo, proibindo a utilização de cigarros eletrônicos em espaços internos onde não é permitido fumar.
  • Salientar que não há comprovação científica de que esses produtos são inofensivos à saúde.
  • Proteger as políticas de saúde pública de interesses comerciais.

Cigarros eletrônicos podem ajudar quem quer parar de fumar cigarros de tabaco convencionais (cessação tabágica)?

Até o momento, não há evidências científicas sobre a utilização de vapes como auxílio para o fim do tabagismo. Isso se deve, em parte, à diversidade de produtos e à baixa qualidade em torno de muitos estudos, o que torna incerto o potencial que esses produtos poderiam ter na cessação do tabaco em nível populacional.

Para ajudar os usuários de tabaco a parar de fumar e fortalecer o controle global, os governos precisam ampliar as políticas e intervenções comprovadamente efetivas. Intervenções testadas, como aconselhamentos por profissionais de saúde, linhas nacionais gratuitas e intervenções tecnológicas com mensagens de texto, são importantes.

Quando economicamente viável, os governos também devem considerar a promoção de terapias de reposição de nicotina e farmacoterapias nos protocolos para parar de fumar. No Brasil, essas estratégias são ofertadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte da imagem: Freepik
Fonte: OMS



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