- 4 de agosto de 2025
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias

Mapear para Prevenir: Como o Mapeamento de Processos Fortalece o Gerenciamento de Riscos na Saúde
O gerenciamento de riscos exige a visão clara dos processos para identificação das vulnerabilidades
Em um cenário cada vez mais desafiador e complexo, o setor de saúde precisa unir eficiência operacional com segurança do paciente. Nesse contexto, o mapeamento de processos surge como uma ferramenta estratégica indispensável para o gerenciamento efetivo de riscos. Mais do que desenhar fluxos, mapear processos é compreender como as atividades se conectam, onde estão os pontos críticos e quais as oportunidades de mitigação de falhas antes que causem danos aos pacientes ou prejuízos à organização.
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O que é MAPEAMENTO DE PROCESSOS?
Mapear processos significa identificar, documentar, analisar e padronizar as atividades executadas em uma organização. Em saúde, os processos envolvem desde a admissão de um paciente até a administração de medicamentos, a realização de procedimentos cirúrgicos, higienização de ambientes, alta hospitalar, entre outros.
Essa abordagem permite que a organização visualize a jornada do paciente, identifique gargalos, e promova melhorias contínuas, sempre com foco na segurança e na qualidade da assistência.
Mapeamento como base para a Gestão de Riscos
O gerenciamento de riscos exige uma visão clara dos processos institucionais. Sem isso, é impossível identificar vulnerabilidades reais. O mapeamento de processos atua como bússola que orienta onde os riscos estão mais presentes, quais são os pontos de falha mais prováveis e como intervir proativamente.
Ao associar o mapeamento à matriz de risco (probabilidade x impacto), as organizações podem priorizar intervenções com base em evidências, ao invés de agir reativamente apenas após a ocorrência de eventos adversos.
Benefícios do Mapeamento de Processos na Gestão de Riscos
- Identificação precoce de riscos assistenciais e operacionais
- Padronização de rotinas críticas, reduzindo variabilidade e vulnerabilidades
- Melhoria na comunicação entre equipes, diminuindo ruídos e falhas de transição
- Base para implantação de protocolos e barreiras de segurança
- Facilidade na investigação de incidentes e eventos adversos
- Atendimento mais eficaz aos requisitos de acreditação e certificações de qualidade
Exemplo prático: Mapeamento de Processos de Uso de Medicação
Um dos processos mais críticos na área da saúde é a cadeia da medicação. Mapear cada etapa, prescrição, transcrição, dispensação, preparo, administração e monitoramento, permite identificar riscos como erros de dose, via inadequada, duplicidade terapêutica, entre outros.
A partir desse mapeamento, é possível implementar barreiras como prescrição eletrônica com alertas, dupla checagem na enfermagem, rastreabilidade dos medicamentos e uso de tecnologias como código de barras.
Mapeamento e Cultura de Segurança
Além dos benefícios técnicos, o mapeamento de processos fortalece a cultura de segurança ao envolver as equipes na análise crítica de sua prática, promovendo reflexão, engajamento e corresponsabilidade.
Organizações que investem nesse processo tendem a apresentar maior maturidade em segurança do paciente, além de alcançarem melhores resultados assistenciais, reputacionais e econômicos.
Conclusão
Mapear processos é mais do que uma exigência de acreditação: é uma estratégia inteligente de gestão para organizações que buscam excelência em segurança e qualidade. Em tempos de escassez de recursos e alta complexidade assistencial, não há espaço para improviso. Conhecer, padronizar e monitorar processos é o primeiro passo para prevenir riscos e garantir uma assistência segura, resolutiva e centrada no paciente.
Fonte da imagem: Envato
Referências:
1. Organização Nacional de Acreditação (ONA). Manual Brasileiro de Acreditação – Instituições Prestadoras de Serviços de Saúde, 2022.
2. Organização Mundial da Saúde (OMS). Patient Safety Curriculum Guide, 2011.
3. ISO 31000:2018. Gestão de riscos – Diretrizes.
4. ANVISA. Boas práticas de segurança do paciente na atenção hospitalar, 2015.
5. IBES. Curso de Mapeamento e Gerenciamento de Processos, 2024.
6. Ministério da Saúde. Documento Orientador: Cultura de Segurança do Paciente no Brasil, 2021.
7. Runciman, B. et al. Towards an International Classification for Patient Safety. WHO, 2009.