- 12 de dezembro de 2024
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias

Incidentes de segurança do paciente no atendimento pré-hospitalar (APH)
Pouco se sabe sobre incidentes de segurança do paciente em ambientes de atendimento pré-hospitalar
Nos últimos anos, o atendimento pré-hospitalar se tornou parte integrante do sistema de saúde, onde o atendimento avançado é fornecido a pacientes gravemente doentes e feridos. O atendimento pré-hospitalar pode ser definido como o atendimento recebido por um paciente de um serviço médico de emergência antes de chegar a um hospital.
O atendimento pré-hospitalar é potencialmente perigoso, com a possibilidade de os pacientes vivenciarem um incidente de segurança do paciente (definido como qualquer incidente não intencional ou inesperado que poderia ter causado ou foi considerado como tendo causado dano ao paciente).
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No entanto, em comparação com o atendimento primário (atendimento médico fornecido por clínicos gerais ou outros profissionais de saúde aos quais o paciente tem acesso direto) e o atendimento secundário (atendimento geralmente fornecido em um ambiente hospitalar), pouco se sabe sobre incidentes de segurança do paciente em ambientes de atendimento pré-hospitalar.
No atendimento secundário, estima-se que entre 4% e 17% das internações hospitalares estejam associadas a um incidente de segurança do paciente com 7% resultando em morte. Especificamente no departamento de emergência, foi relatado que entre 6% e 8,5% dos pacientes apresentam um incidente de segurança do paciente
Na atenção primária, estudos de revisão de registros baseados na população encontraram 2–3 incidentes de segurança do paciente por 100 consultas/revisões de registros, com cerca de 4% dos incidentes de segurança do paciente associados a danos graves.
Uma revisão sistemática anterior de medição e monitoramento de segurança em atendimento pré-hospitalar descobriu que uma série de medidas foram usadas (por exemplo, revisão de registros, sistemas de relatórios de incidentes, pesquisas e entrevistas/grupos focais). No entanto, o foco desta revisão anterior foi na identificação dos métodos usados para medir e monitorar a segurança, e não estabeleceu a prevalência e os danos associados a incidentes de segurança do paciente em ambientes de atendimento pré-hospitalar.
Uma síntese da literatura relatando a prevalência e os danos associados a incidentes de segurança do paciente em atendimento pré-hospitalar apoiará uma compreensão de quão frequentemente eles ocorrem e os danos que causam aos pacientes. Este conhecimento dará suporte ao design de sistemas de vigilância de segurança que dão suporte a uma compreensão do que está sendo bem feito no atendimento pré-hospitalar, onde melhorias devem ser feitas e dão suporte à avaliação da eficácia das intervenções de segurança.
Um passo importante para melhorar a segurança no atendimento pré-hospitalar é uma síntese da literatura publicada sobre a prevalência de incidentes de segurança do paciente e a frequência com que esses incidentes de segurança do paciente são associados a danos.
Num recente estudo publicado, a frequência de incidentes de segurança do paciente no atendimento pré-hospitalar foi encontrada como uma mediana de 5,9 por 100 registros/transportes/pacientes. Uma prevalência maior de incidentes de segurança do paciente foi identificada em estudos que usaram dados de revisão de registros (9,9 por 100 registros/transportes/pacientes) em comparação com relatórios de incidentes (0,3 por registros/transportes/pacientes).
Em todos os estudos que relataram danos, uma mediana de 15,6% dos incidentes de segurança do paciente resultou em danos. Estudos que utilizaram dados de revisão de registros relataram que uma mediana de 6,5% dos incidentes de segurança do paciente resultou em danos. Para dados de sistemas de relatórios de incidentes, uma mediana de 54,6% dos incidentes foi associada a danos.
Fonte da imagem: Envato
Fonte: Paul O’connor, Roisin O’malley, Kathryn Lambe, Dara Byrne, SinÉad Lydon, How safe is prehospital care? A systematic review, International Journal for Quality in Health Care, Volume 33, Issue 4, 2021, mzab138, https://doi.org/10.1093/intqhc/mzab138