- 12 de junho de 2025
- Posted by: Grupo IBES
- Category: Notícias

Coqueluche em Ascensão: Alerta da OPAS Reacende a Urgência por Estratégias de Controle
A coqueluche é uma doença altamente contagiosa causada pela Bordetella pertussis, podendo levar à morte
A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) emitiu um alerta epidemiológico em 31 de maio de 2025, destacando um preocupante aumento nos casos de coqueluche (tosse convulsa) na Região das Américas. Este ressurgimento é atribuído, em grande parte, à queda nas coberturas vacinais, especialmente entre crianças menores de cinco anos.
Globalmente, a média anual de casos de coqueluche caiu de 170.000 entre 2010 e 2019 para 80.227 entre 2020 e 2023. No entanto, os números voltaram a subir em 2024, com 158.910 casos registrados.
No Brasil, entre as semanas epidemiológicas 1 e 19 de 2025, foram confirmados 1.634 casos de coqueluche, incluindo cinco óbitos. Este é o segundo maior número de casos notificados desde 2019. O estado de Mato Grosso do Sul lidera com 318 casos e um óbito, seguido por São Paulo com 274 casos e um óbito, e Rio Grande do Sul com 234 casos e um óbito.
A OPAS destaca que a cobertura vacinal para a terceira dose da vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP3) atingiu seu nível mais baixo em duas décadas em 2021, com 81%. Embora tenha havido uma recuperação parcial para 88% em 2023, ainda existem disparidades significativas entre os países e dentro deles, o que pode explicar o surgimento de surtos.
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A organização recomenda que os países reforcem seus sistemas de vigilância epidemiológica e mantenham um monitoramento contínuo e detalhado das coberturas vacinais, com atenção especial a menores de 1 ano e menores de 5 anos. É prioritário identificar grupos populacionais que não receberam as vacinas nas doses recomendadas para implementar ações corretivas e prevenir surtos.
Em Mato Grosso do Sul, a Secretaria de Estado de Saúde emitiu um alerta sobre a importância da vacinação contra a coqueluche, especialmente para gestantes. Em 2025, até 31 de maio, o estado contabilizou 40 casos confirmados e um óbito, de um bebê de apenas um mês, cuja mãe não havia sido vacinada durante a gestação.
A coqueluche é uma doença altamente contagiosa causada pela bactéria Bordetella pertussis. Afeta principalmente crianças menores de um ano, podendo levar a complicações graves e até à morte. A vacinação é a principal forma de prevenção, sendo essencial manter altas coberturas vacinais para proteger a população.
A OPAS também enfatiza a importância de estratégias de comunicação eficazes para aumentar a confiança nas vacinas e combater a hesitação vacinal. Campanhas de sensibilização e educação são fundamentais para alcançar populações vulneráveis e garantir a adesão aos programas de imunização.
Além disso, a organização recomenda que os países fortaleçam o manejo clínico da coqueluche, garantindo diagnóstico precoce, tratamento adequado e isolamento dos casos para conter a transmissão, especialmente entre crianças pequenas e não vacinadas.
Diante desse cenário, é crucial que os países das Américas intensifiquem seus esforços para aumentar as coberturas vacinais, fortalecer a vigilância epidemiológica e implementar medidas eficazes de prevenção e controle da coqueluche. A colaboração entre governos, profissionais de saúde e a sociedade é essencial para proteger as populações mais vulneráveis e evitar novos surtos da doença.
Vacinação
É importante analisar as coberturas vacinais em crianças de 1 ano e menores de 5 anos, com ênfase especial na identificação de grupos populacionais com baixas coberturas. Os países devem garantir coberturas superiores a 95% com três doses da vacina contra B. pertussis em crianças (meta regional). Recomenda-se vacinar com uma dose de reforço os trabalhadores da saúde, priorizando o pessoal das salas de maternidade e cuidadores de recém-nascidos e menores de 1 ano, para prevenir a transmissão nosocomial a lactentes e pessoas imunocomprometidas.
Vacinar gestantes durante surtos proporciona proteção ideal aos recém-nascidos. Para que essa estratégia seja eficaz, é importante alcançar e manter uma cobertura vacinal superior a 50%.
Manejo clínico
Recomenda-se isolamento respiratório para os casos identificados. Casos suspeitos e confirmados devem ser mantidos separados de lactentes e crianças pequenas, especialmente daqueles não imunizados, até que os pacientes tenham recebido antibióticos por pelo menos cinco dias. Casos suspeitos que não recebam antibióticos devem permanecer isolados por três semanas após o início da tosse paroxística ou até que ela desapareça, o que ocorrer primeiro.
Tratamento
Antibióticos, como macrolídeos (eritromicina, claritromicina e azitromicina), podem reduzir o período de transmissibilidade, mas provavelmente não diminuem a gravidade ou a duração do quadro, a menos que sejam administrados antes do início da fase paroxística. Comunicação de risco Recomenda-se promover a disseminação de mensagens de saúde pública dirigidas a médicos e à população em geral.
Fonte da imagem: Envato
Fonte: OPAS