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A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) está propondo uma iniciativa para aperfeiçoar o atendimento prestado pelos planos de saúde odontológicos. O Projeto Sorrir, lançado nesta quinta-feira (22/09), estimula as operadoras a implementarem um modelo de cuidado mais qualificado, com foco na prevenção e na valorização das boas práticas. Além de benefícios para os pacientes, a medida resultará em vantagens para operadoras e prestadores, com a redução de custos, utilização de protocolos clínicos e bonificação em indicadores de qualidade.
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“Hoje, quando se fala em cuidados odontológicos, a maioria dos planos de saúde trabalha com foco na produção de volume de procedimentos, remunerando pela quantidade. Além de não ser sustentável, a prática não privilegia a boa atenção clínica. Para mudar esse cenário, o projeto Sorrir propõe a reorganização da prestação dos serviços, atrelando o cuidado à qualidade e não à quantidade de procedimentos, além da adoção de formas alternativas de remuneração dos prestadores”, explica a diretora-adjunta de Desenvolvimento Setorial da ANS, Michelle Mello. “A inovação é a busca do resultado em saúde, o que trará benefícios a todos os participantes do sistema – pacientes, operadoras e prestadores”, destaca.
O projeto foi desenvolvido com a participação de representantes do setor e da área acadêmica. A adesão é voluntária: as operadoras de planos odontológicos que quiserem fazer parte deverão se inscrever e cadastrar os prestadores interessados. O projeto será implementado ao longo de nove meses e nesse período sua aplicação será acompanhada e monitorada pela ANS. Ao final, será possível mensurar os desfechos obtidos pelos participantes e comparar com os resultados de quem não faz parte da iniciativa.
Confira a apresentação.

Da esquerda para a direita: Ricardo Fisher (UERJ); Inger Tuñas (UFRJ); Marcos Costa (Odontoprev); Michelle Mello (ANS); e Fabiano Mello (CFO)

Estrutura do modelo proposto – O arranjo de prestação dos serviços que está sendo proposto é baseado nas seguintes premissas: divisão do cuidado em quatro módulos que compõem a prevenção e o tratamento, com utilização de protocolos clínicos; introdução de um gestor do cuidado responsável pela coordenação da atenção prestada ao beneficiário; avaliação das ações através de indicadores e medidas de qualidade; utilização de uma medida de qualidade na composição da remuneração do prestador de serviço; e novas formas de comunicar esse novo modelo e agregar valor para o beneficiário e para o prestador. Na proposta, 70% do cuidado é focado na atenção básica, onde um profissional de referência é encarregado da atenção.
“Quando o paciente precisar de assistência especializada – tratamento de canal, por exemplo – será encaminhado para outro profissional capacitado e depois voltará para o profissional de referência. Paralelamente, a operadora, como gestora do cuidado, terá um sistema de informação que permite acompanhar o tratamento, verificar a necessidade de retorno e comunicar ao beneficiário. Com isso, é possível fazer o monitoramento tanto da atenção que ele está recebendo quanto da atenção dos prestadores. E os melhores prestadores também serão remunerados pela melhor prática”, explica a diretora.
Para Fabiano Mello, do Conselho Federal de Odontologia (CFO), a iniciativa é audaciosa e de fundamental importância para que esse segmento da saúde consiga mensurar a real necessidade de trabalhar com odontologia baseada em evidências e para que se possa trabalhar os conceitos de prevenção e promoção da saúde. “Estamos juntos nesse projeto para que o profissional consiga ser melhor remunerado, levando uma satisfação maior ainda para os beneficiários dos planos de saúde”, afirma.
Marcos Costa, da Odontoprev, destaca a importância da iniciativa para a sustentabilidade do negócio. “Melhorando a qualidade e o sucesso dos tratamentos, esperamos conseguir uma eficiência maior, inclusive de custeio, e acreditamos que essa eficiência possa traduzir-se em melhores rendimentos para o profissional, melhores resultados para as operadoras e além, é claro, do objetivo primário, aprimorar a qualidade e a satisfação para o usuário”, destaca.
“Eu achei esse projeto extremamente interessante porque possibilita à academia, no caso nós, professores, nos aproximarmos da prática que é realizada pelos profissionais que atendem pelos planos de saúde. Permite, ainda, que nosso conhecimento saia dos muros universitários e realmente chegue aonde ele deve estar, trazendo benefícios e melhoria de qualidade de vida para os pacientes”, destaca Inger Tuñas, do Departamento de Odontologia Social e Preventiva da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O professor Ricardo Fisher, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), concorda. “Essa é uma boa iniciativa para que haja essa interação com a área acadêmica e isso se reflita numa melhor prática odontológica em benefício da população”, assegura.
Panorama do mercado – O crescimento do mercado de planos de saúde odontológicos está permitindo que mais brasileiros tenham acesso a tratamento de qualidade. Hoje, são 22,3 milhões de beneficiários em planos exclusivamente odontológicos no país. Em seis anos, o setor cresceu 62,8% – em 2010, eram 13,7 milhões de beneficiários (veja a evolução ano a ano no gráfico abaixo). Somente em 2015, foram realizados 171,2 milhões de procedimentos odontológicos pelos planos de saúde (incluindo consultas, exames, procedimentos preventivos e próteses, entre outros).
FONTE: ANS