As 12 Tendências Mundiais relacionadas ao Stewardship de Antimicrobianos

O farmacêutico clínico desempenha papel crucial no Stewardship, contribuindo com o uso racional de antimicrobianos

O Stewardship de antimicrobianos tem evoluído significativamente nos últimos anos, incorporando inovações tecnológicas, abordagens multidisciplinares e estratégias personalizadas para combater a resistência antimicrobiana (RAM). A seguir, apresento um panorama das principais inovações nessa área, com base em evidências recentes:

1. Ferramentas digitais e painéis de controle
A integração de tecnologias digitais tem aprimorado o monitoramento do uso de antimicrobianos. Um exemplo é o Antibiotic Dashboard, desenvolvido no contexto do FIP Global Roadmap 2030, que permite rastrear padrões de prescrição e resistência, alinhando-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

2. Diagnóstico rápido e preciso
Avanços em ferramentas diagnósticas têm permitido a identificação rápida de patógenos e seus perfis de resistência, facilitando a escolha de terapias antimicrobianas mais adequadas e reduzindo o uso indiscriminado de antibióticos.

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3. Desescalonamento antibiótico
A estratégia de desescalonamento, que consiste em ajustar ou interromper o uso de antibióticos de amplo espectro com base em resultados laboratoriais, tem sido fundamental para otimizar a terapia antimicrobiana, especialmente em unidades de terapia intensiva.

4. Terapia com bacteriófagos
A utilização de bacteriófagos, vírus que infectam bactérias, tem ressurgido como uma alternativa promissora no tratamento de infecções resistentes. Pesquisas na Austrália, por exemplo, têm explorado essa abordagem, destacando sua especificidade e potencial para restaurar a sensibilidade bacteriana a antibióticos.

5. Programas de Gerenciamento de Antimicrobianos (PGA)
No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) tem promovido a implementação de PGAs, visando otimizar o uso de antimicrobianos nos serviços de saúde, melhorar os desfechos clínicos e reduzir a resistência microbiana.

6. Atuação do farmacêutico clínico
O farmacêutico clínico desempenha um papel crucial nos programas de stewardship, contribuindo com intervenções que promovem o uso racional de antimicrobianos, melhoram os desfechos clínicos e reduzem custos hospitalares.

7. Educação e conscientização
Campanhas educativas têm sido essenciais para sensibilizar profissionais de saúde e a população sobre a importância do uso adequado de antimicrobianos, contribuindo para a mudança de comportamento e redução da automedicação.

8. Colaboração internacional
Organizações internacionais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o G7, têm reforçado o compromisso com estratégias para acelerar o combate à RAM, promovendo pesquisas e desenvolvimento de novos antibacterianos.

9. Monitoramento e vigilância
A implementação de sistemas de vigilância, como o GLASS (Global Antimicrobial Resistance Surveillance System), tem sido fundamental para monitorar a resistência antimicrobiana e orientar políticas de saúde pública.

10. Integração com programas de segurança do paciente
Incorporar o stewardship de antimicrobianos aos programas de segurança do paciente tem sido uma estratégia eficaz para priorizar a gestão de antimicrobianos nas organizações de saúde.

11. Pesquisa e desenvolvimento de novos antibióticos
Iniciativas têm buscado incentivar o desenvolvimento de novos antibióticos, especialmente diante do desafio da resistência crescente e da escassez de novos fármacos eficazes.

12. Abordagens personalizadas
A medicina personalizada tem ganhado espaço no stewardship de antimicrobianos, com terapias adaptadas às características individuais dos pacientes e aos perfis específicos das infecções, visando maior eficácia e menor impacto adverso.

Essas inovações refletem um esforço global e multidisciplinar para enfrentar a ameaça da resistência antimicrobiana, promovendo o uso racional de antimicrobianos e garantindo a eficácia desses medicamentos para as futuras gerações.

Fonte da imagem: Envato