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Hoje os nossos hábitos de leitura e consumo de conteúdo já são muito diferentes de 10 anos atrás. Com um celular na mão podemos ter acesso de forma mais ágil e prática a diversos conteúdos. Essa flexibilidade se dá por um conceito de disponibilidade que a tecnologia permite através da adaptabilidade aos nossos hábitos. Da mesma forma que a
tecnologia permite essa flexibilidade, ela também influencia e molda nossos hábitos. Seja de consumo de informação, comportamentos do cotidiano e/ou rotinas de trabalho.

Cada vez mais, percebemos como a centralidade no cliente é fator determinante de sucesso no mundo dos negócios e a Tecnologia como desenvolvimento de produtos facilita a execução de determinada atividade ou transforma a experiência trazendo mais conforto, dinamismo e outros tantos benefícios.

Até que demorou para esse conceito se traduzir em um termo. Até hoje, quem está mais próximo desse mundo de tecnologia estava acostumado ouvir termos como “redes de computadores”; “servidores de dados” e “Internet da COISAS”. Todos esses termos mostram como temos evoluído a conexão e comunicação entre máquinas e sistemas, mas o próximo passo que vamos vivenciar é a conexão do ser humano com a tecnologia, e em alguns casos até mesmo a fusão. Não estou falando ainda, de ciborgues, superpoderes ou biohacking. Estou trazendo aqui para vocês o termo “Você das coisas” em inglês YoT – You of things.

Esse termo, que chega a soar estranho aos nossos ouvidos, foi trazido pela renomada futurista americana Amy Web, CEO do FUTURE Today Institute. Todos os anos essa futurista lança um relatório de tendências de tecnologia dentro do evento SXSW – principal  feira de inovação, tecnologia, arte e cultura, que junta os principais nomes do mercado e
ilustres desconhecidos discutindo os mais diversos temas nos Estados Unidos, e que esse ano aconteceu de forma remota.

Esse ano especificamente a Amy trouxe um relatório com 500 tendências que veremos nos próximos anos em diversas categorias. A área de saúde tem um pilar consolidado nesse relatório e traz tendências evolutivas advindas da própria tecnologia de mercado e relacionadas à mudanças de comportamento e ao momento de pandemia que estamos vivendo. O que mostra o forte relacionamento da cultura e dos fatores naturais na tecnologia, e não apenas o inverso.

Voltando ao termo “Você das Coisas”, vamos entender que ele reflete diretamente esse movimento que se iniciou há alguns anos – sobre colocar o cliente no centro, com metodologias Ágeis e processos voltados para a Experiência do Usuário (UX) e Experiência do Cliente (CX), e que agora se fundem diretamente no “ser humano”. Estão relacionados ao termo as tecnologias que nos colocam no centro do processo e trazem benefícios diretos através de conexão ou interação com o nosso corpo. Tem relação, por exemplo, com os wearables, tecnologias embarcadas em roupas e acessórios que utilizamos – tais como os relógios inteligentes.

Imagine que o seu relógio identificou que você terminou uma ligação telefônica e houve uma aceleração dos seus batimentos cardíacos, com isso ele pode interpretar como uma possível situação estressante para o usuário e age de forma automática, enviando um sinal para um aplicativo de streaming – para que este toque músicas que te relaxam ou te dão prazer (ele já tem essa informação por monitoramento histórico), e envia também um sinal para a central de iluminação da sua casa para reduzir a intensidade e talvez mudar a tonalidade. Ele também pode avaliar a sua pressão e temperatura e acionar o ar-condicionado para adaptar a melhor temperatura.

Esse exemplo não está muito longe de acontecer, nem envolvem tecnologias que não existam hoje ou que sejam muito caras, mas a composição delas em prol de você, do seu bem-estar é que o tornam uma tendência clara e que cada vez mais terá aplicações comercializadas.

Faz todo sentido que a tecnologia passe à olhar os indivíduos e suas especificidades, mas por que isso não existia antes, ou por que isso é uma novidade agora? Na verdade, estamos passando por uma revolução tecnológica, que culminou de uma série de fatores como a redução do tamanho de componentes eletrônicos, aumento de eficiência,
crescimento orgânico de equipamentos e usuários conectados alimentando bases de dados extremamente complexos. A “cereja do bolo” é a tecnologia de conexão entre esses itens através da internet, que serão impulsionadas de forma exponencial com a tecnologia 5G. Acrescentando velocidade e confiabilidade na transmissão de dados e dando espaço para implementação de infinitas aplicações.

Se você não teve oportunidade de assistir ao evento deste ano, é possível achar na internet a palestra de outros anos, e no próprio site do instituto da Amy o relatório completo está disponível para download.

Leia também: O que é Experiência do Paciente?

Entre as tendências apontadas pela Amy, gostaria de mencionar algumas que tem mais relação com o nosso momento e a área da saúde:

Chief health officers

Cada vez mais vemos grandes empresas fazendo alguns movimentos voltados para seus funcionários, criando ambientes mais confortáveis e seguros, flexibilizando jornadas e locais de trabalho. Visa o olhar para saúde do funcionário, não apenas para fatores como ergonomia que potencializam a performance e evitam custos de absenteísmo ou processos trabalhistas. Claro que isso é importante, mas cada vez se vê a importância de olhar o profissional como um todo integrado, inclusive a segurança psicológica. Para isso, é importante um executivo dedicado à essas questões de forma exclusiva, e que não precise se dividir com outras questões comuns em departamentos de RH como recrutamento e seleção, admissão, treinamento e desligamento.

Digital transformation in health care

Mais que a digitalização dos processos, a transformação digital traz novas aplicações de tecnologia que não existiam e ajudam a saúde, desde processos de monitoramento de pacientes até resultados mais ágeis e confiáveis de exames através de inteligência artificial e aprendizado de máquina. Hoje existem diversas aplicações e soluções no mercado que ajudam a captar dados dos processos, avaliar esses dados e suportar melhores tomadas de decisão, tanto gerenciais quanto assistenciais.

Wearables e Biointerfaces

Máscaras que avaliam a qualidade do ar que você respira, pulseiras, luvas, sapatos, anéis, relógios, brincos, fones de ouvido, implantes intracranianos, implantes de sensores na pele, tatuagens, sensores e câmeras microscópicas, próteses, órgãos e tecidos criadas sob medida e impressas diretamente para o paciente dentro de uma emergência ou sala de cirurgia. Há imensas aplicações dessa tendência que já estão em produção e abrem novos mercados. No relatório você irá ver com mais detalhes alguns exemplos.

Todos esses exemplos podem parecer muito disruptivos e distantes da nossa realidade, mas todos tem aplicações reais e são tendências de curto prazo como aponta o relatório. Para estar preparado para utilizar tudo isso ao nosso favor, mais do que a velocidade de implantação é necessários iniciar com passos curtos na direção certa. Conhecer os
próprios processos, o custo das ineficiências operacionais, trabalhar de forma evolutiva na melhoria contínua dos resultados pode ser mais eficaz do que simplesmente investir em uma tecnologia de prontuário eletrônico ou em um modelo de atendimento automatizado – mas que não atende o seu público-alvo e nem sempre otimiza o desempenho. É importante lembrar que a tecnologia deve servir primeiro aos nossos propósitos e ser algo que resolve as “dores” de nossos clientes. Projetos de transformação digital na área de saúde tem que levar em consideração esse mapeamento do fluxo dos processos, construir a partir dos recursos que temos sem criar grandes rupturas, treinar os times, realizar oficinas de Design Thinking, rever modelos de metas, pensar em segurança dos dados e outras prioridades para que estejamos prontos para esse novo momento próximo do futuro em transformação.

Fonte da imagem: Forbs



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