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A Odontologia, como as demais ciências da saúde, percorreu várias etapas no decorrer de sua trajetória, com grandes avanços terapêuticos e técnico-científicos. A especialização do cirurgião-dentista (CD) atualmente encontra-se amplamente difundida e com as mais diversas áreas de atuação para promoção da saúde bucal.
Sobre o aspecto global da sociedade, a Odontologia vem galgando mais espaço no que tange a saúde geral do indivíduo numa perspectiva mais ampliada, com maior difusão de conhecimentos médicos e valorização do binômio saúde bucal x saúde geral.Recentemente, o Conselho Federal de Odontologia reconheceu a Odontologia Hospitalar como habilitação do CD para atuação em Hospitais, através da Resolução CFO – 162/2015. Isso é um grande salto para a profissão e merece alguns questionamentos. Como o dentista pretende sair de seu consultório e trabalhar em Hospitais, se ainda o falta conhecimento mínimo básico acerca da Segurança do paciente?
Apesar de consideráveis avanços e conquistas, a Odontologia ainda encontra-se em seus primeiros passos no que se refere a Qualidade e Segurança do Paciente. Estamos muito atrasados em relação a Medicina e demais áreas da Saúde e podemos assinalar algumas hipóteses para a não aderência dos profissionais dentistas nessa temática:
1) O dano odontológico causado normalmente é menor;
2) Os pacientes – normalmente – são de ambulatório, o que torna difícil se conscientizar sobre o tema e fiscalizar eventos adversos;
3) Existe uma grande dispersão do cuidado dental, tornando difícil a coleta de dados;
4) Medo do CD em reportar eventos adversos;
5) Falta de uma cultura generalizada e maior conhecimento sobre Segurança do Paciente em Odontologia.
Quando pensamos no consultório, clássico local de trabalho do CD, há uma série de riscos associados a execução de procedimentos odontológicos, sem qualquer barreira de proteção, deixando tanto o profissional e sua Equipe, quanto o paciente, mais susceptíveis ao erro. É alarmante não termos nenhuma ferramenta de medição da frequência de tais incidentes e é igualmente alarmante imaginar tal situação em tempos de judicialização da Saúde.
Com tantas variáveis favoráveis ao processo de Acreditação e para a disseminação  da cultura de Segurança na Odontologia, é um tanto quanto ilógico não termos ainda no país nenhum serviço acreditado.
Diante disso, a classe odontológica precisa se dedicar ao maior conhecimento, senso comum  e adesão ao conceito da Segurança do Paciente, para o desenvolvimento de ferramentas de medição de risco e o entendimento sobre a epidemiologia da Segurança do Paciente em diferentes contextos odontológicos.
 A acreditação dos Serviços de Odontologia, a meu ver, é a medida mais efetiva para resolver esse grande dilema.
O serviço odontológico que adere ao processo de acreditação mostra responsabilidade e compromisso com a Segurança, ética profissional e com a qualidade dos serviços que presta a população.Além disso, o selo de acreditação confere ao CD uma chancela de distinção de serviços que o coloca em posição de destaque frente aos seus concorrentes, como um diferencial competitivo, sendo assim uma grande ferramenta de gestão dos seus serviços, o que permite, através dos requisitos e padrões, que a organização possa realizar diagnóstico de suas ações e melhoria contínua dos seus processos internos.
O tema Segurança do Paciente e acreditação em Saúde atualmente podem ser classificados como regra em Instituições de Saúde. A Odontologia, como área da Saúde, precisa estar alinhada à atmosfera vigente do Setor, do contrário está fadada ao retrocesso e marginalização de sua área de atuação junto aos demais atores da saúde.
Encorajo todos os dentistas a se debruçarem sobre o tema.
Por Isabela Castro

Dra. Isabela Castro, CRO-RJ: 30024

Coordenadora de Odontologia Hospitalar, Clínica São Vicente | Hospitais Integrados da Gávea S/A
Odontologia para Pacientes de Alta Complexidade / Qualidade e Segurança do Paciente / Acreditação Hospitalar 
(21) 98351-3009 / Skype: castroisabela