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Por Aléxia Costa

De acordo com o relatório “Errar é Humano: Construindo um Sistema de Saúde Mais Seguro”, desenvolvido pelo Instituto de Medicina (IOM) dos EUA, as interrupções contribuem para a ocorrência de erros e são a principal causa de falhas relacionadas ao ambiente de trabalho, muito comuns em instalações hospitalares.

No ambiente de saúde, além das distrações relacionadas diretamente ao paciente (campainhas, requisições da família e do paciente, por exemplo), muitos dispositivos eletrônicos (telefones, alertas luminosos, celulares, monitores e outros equipamentos com dispositivos sonoros) influenciam interrupções, distrações e podem fragilizar a segurança do paciente. Interrupções durante a prática assistencial podem comprometer a atenção, levando a distrações, representando um risco a ser gerenciado.

 

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Estratégias para diminuir interrupções durante a administração de medicamentos podem contribuir para reduções globais de erros de medicação, segundo Federwisch A. (2008). Os profissionais de saúde, de forma geral, podem implementar ações simples para evitar interrupções e distrações ou mitigar seus efeitos adversos.

O conceito de “atenção plena” refere-se à atenção ao momento presente, a partir da qual os profissionais de saúde podem trabalhar mais eficazmente no contexto de inúmeras interrupções e distrações. O profissional de saúde que está constantemente atento ao impacto negativo de interrupções e distrações pode reagir com maior atenção, foco e concentração em seu ambiente de trabalho. Por exemplo, um médico ou enfermeiro pode de deslocar para um espaço mais tranquilo para fazer ou revisar prescrições ou outras funções de alto risco, como calcular uma dose de medicação.

 

Leia também: 04 maneiras de prevenir os erros de medicação nos serviços primários – Por Aléxia Costa

 

 

Outra estratégia de atenção plena é manter a calma e regular as emoções, quando sob pressão (por exemplo, durante uma cirurgia que não está indo bem como planejado), deixando de lado preocupações externas, distrações e interrupções e centrar a concentração em uma determinada tarefa de trabalho. Desligar o celular e pedir que outros colegas minimizem conversas, ruídos e outras fontes de distrações também pode ajudar.

As interrupções ocorrem quando a tarefa principal é suspensa, de modo que uma atividade secundária recebe maior atenção. As interrupções podem ser classificadas em: intrusões (encontros inesperados com alguém que interrompe temporariamente a atividade principal), distrações (respostas psicológicas desencadeadas por estímulos externos ou ambientais, ou por atividades secundárias que quebram a concentração na tarefa primária), interrupções (pausas planejadas ou espontâneas em uma tarefa) e desacordos (incerteza percebida pelo profissional de acordo com seus conhecimentos, expectativas ou observações relevantes para o trabalho realizado).

 

Leia também: Os 9 certos na administração segura de medicamentos pela enfermagem – Por Aléxia Costa

 

Além disso, essas interrupções podem ser um fator perturbador, afetando a concentração dos profissionais e atrasando a prestação de cuidados, impedindo o profissional de concluir as tarefas com sucesso, potencializando a ocorrência de erros e colocando os pacientes em risco, além de desperdiçar os recursos do sistema de saúde.

Vale lembrar que algumas interrupções são, no entanto, essenciais no processo de prestação de cuidados e permitem a transmissão de informações importantes (por exemplo: interrupções para conferência de etapas críticas, como as informações da bolsa de sangue antes da instalação do hemocomponente).

Os profissionais de enfermagem, em especial, realizam constantemente múltiplas atividades e precisam desenvolver mecanismos cognitivos para manter seu foco para a prestação de cuidados. Este ambiente dinâmico em que múltiplas tarefas são realizadas requer reflexão e competências psicomotoras e cognitivas complexas para garantir qualidade e prestação de cuidados seguros.

 

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Aléxia Costa – Diretora de Ensino e Capacitação do IBES
Farmacêutica pela Universidade Católica de Santos. Mestre em Genética e Genomas pela UNIVAP. MBA em Gestão e Engenharia da Qualidade pela Escola Politécnica da USP. Monitora de Pesquisa Clínica pela Sociedade Brasileira de Profissionais de Pesquisa Clínica. Avaliadora de Sistemas de Saúde, através da metodologia ONA e Accreditation Canada. Docente da disciplina Gerenciamento de Riscos aplicado à Gestão da Qualidade, no MBA da Escola Politécnica da USP. Experiência em Gerenciamento de Farmácia Hospitalar e Oncológica em instituições de saúde. Fellow ISQua.

 

REFERÊNCIAS:
Beyea, S. Interruptions and Distractions in Health Care: Improved Safety With Mindfulness. PSNet, AHRQ, 2014.

Federwisch A. Keep away: Kaiser South San Francisco RNs don yellow sashes to reduce interruptions and medication errors. Nurse.com. July 14, 2008.

Kohn LT, Corrigan JM, Donaldson MS, editors. To err is human: building a safer health system. Institute of Medicine, Washington: National Academy Press; 2000. 536 p