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Acaba de ser lançado pela Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) no Brasil o fascículo “Abordagem da depressão maior em idosos: medidas não medicamentosas e medicamentosas”. A publicação integra a série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica”. O objetivo é fornecer aos profissionais, gestores e usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) informações confiáveis e isentas, com base nas melhores evidências científicas disponíveis.
 
idoso
 
O projeto, que conta com a participação de renomados profissionais, é coordenado pela OPAS/OMS em conjunto com a pesquisadora Lenita Wannmacher. Conforme o novo fascículo, os distúrbios depressivos caracterizam-se por tristeza persistente, falta de interesse e pouca energia, que afetam o funcionamento do individuo no dia a dia. A depressão pode aumentar significativamente com a idade (85 anos ou mais), trazendo incapacidade de locomoção, diminuição de visão, prejuízo cognitivo leve, percepção subjetiva de perda de memória e tabagismo.
 
“Estudos realizados em pessoas com 55 anos ou mais mostraram que, em média, a prevalência de depressão é de 14,4% no âmbito hospitalar, 10,4% na comunidade e 7,7% em pacientes da atenção primária. Os fatores de risco associados incluíram gênero feminino, história de doenças cerebrovasculares, distúrbio de ansiedade generalizada, solidão e atendimento institucional de longo prazo”, acrescenta a pesquisadora.
 
Abordagem terapêutica 
De acordo com o fascículo, a depressão maior em idosos pode diferir da que se apresenta em adultos mais jovens, em termos de etiologia, manifestações, tratamento e desfechos. Pode provir de inúmeras condições ou se associar a elas, tais como: processos crônicos relacionados à idade (cardiovasculares, inflamatórios, endócrinos, autoimunes); uso continuado de alguns medicamentos; adversidades psicológicas (empobrecimento, isolamento social, abandono ou falta de solicitude de familiares, famílias pouco estruturadas, incapacidade funcional, vulnerabilidade social); mudanças de estilo de vida (diminuição de atividades diárias, dependência de outras pessoas no exercício de atividades cotidianas, moradia em casas geriátricas); e déficits cognitivos. Fatores hereditários também contribuem. Nessas pessoas, a depressão piora a comorbidade, diminui a qualidade de vida e aumenta a mortalidade.
 
Segundo Lenita Wannmacher, a depressão que necessita intervenção é encontrada em 10% das pessoas acima de 60 anos. “Em mais da metade dessas pessoas, os sintomas são recorrentes. Em idosos que vivem em instituições geriátricas, a depressão é encontrada em mais de 40% dos residentes. Em muitos casos, os cuidadores não reconhecem a depressão”, afirma.
 
Recomendações e precauções contemporâneas relacionadas ao manejo da depressão maior em idosos 

  • O manejo da depressão maior unipolar pode ser feito com antidepressivos e medidas não medicamentosas, que em associação se mostram mais eficazes que as intervenções isoladas.
  • Em quadros agudos, o tratamento se faz com antidepressivos, selecionando-se aqueles com menor potencial de efeitos adversos e de interações perigosas.
  • Em depressão grave, que exige internação hospitalar, antidepressivos e eletroconvulsoterapia se mostram benéficos, sendo que essa última não aumenta o risco de perda cognitiva permanente.
  • As evidências sobre as intervenções não medicamentosas são parcas e conflitantes, devido a limitações metodológicas e variabilidade dos estudos. Ampla revisão considera benéficas a terapia cognitivo-comportamental e a psicoterapia interpessoal.
  • Os antidepressivos mais novos não se mostraram significativamente mais eficazes, e muitos deles apresentam mais efeitos adversos do que os mais antigos de mesma classe.

 
Informações adicionais e a versão completa da série “Uso Racional de Medicamentos: fundamentação em condutas terapêuticas e nos macroprocessos da Assistência Farmacêutica” podem ser acessadas no site da OPAS/OMS.
 
 
FONTE: OPAS/OMS