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A explosão de casos de Covid-19 em quase todo o território nacional tem lotado hospitais e unidades de pronto atendimento, que estão trabalhando com sua capacidade máxima. A chegada do verão eleva ainda mais essa tensão. A estação mais quente do ano também é conhecida pela intensa propagação de vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti, como dengue, zika e chikungunya.

Outro ponto de preocupação é que, devido à pandemia do novo coronavírus, o verão teve início com a ausência de um importante dado de vigilância epidemiológica: o Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti, mais conhecido como LIRAa. “Neste ano atípico, agentes de saúde de milhares de cidades espalhadas pelo país não conseguiram realizar as vistorias periódicas em residências para checar o índice de infestação de Aedes, dado fundamental para subsidiar a definição de estratégias de políticas públicas para o enfrentamento das arbovirores”, explica Denise Valle, pesquisadora do Laboratório de Biologia Molecular de Flavivírus do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fioruz).

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A combinação entre altas temperaturas e chuvas favorece o aumento da população do vetor com um duplo resultado: em contato com a água das chuvas, os ovos colocados há semanas ou meses podem eclodir e dar origem a milhares de novos mosquitos. Ao mesmo tempo, com as chuvas, aumenta a oferta de criadouros para as fêmeas do Aedes colocarem seus ovos. “Quanto maior a quantidade de insetos, maiores são as chances de transmissão dos vírus pelo Aedes. Precisamos redobrar a atenção com a chegada do verão”, comenta a bióloga.

Do ovo à fase adulta, o ciclo de desenvolvimento do Aedes leva apenas de 7 a 10 dias. Uma ação simples, semanal, de vistoria de casas e espaços públicos pode interromper esse processo. “A ação dos governantes e da população é fundamental durante todo o ano. E, especialmente no verão, onde as chuvas são constantes, essa ação deve ser intensificada”, afirma.

A recomendação principal é eliminar todos os recipientes que acumulem água. Quando não puderem ser descartados, a orientação é que sejam devidamente vedados ou, ainda, tratados. A entomologista chama atenção para a vistoria de criadouros menos convencionais, como calhas de chuva, ralos externos, vasilhas de animais, bandejas de ar-condicionado e de geladeiras, vasos sanitários desativados ou pouco utilizados, entre outros. Conheça e compartilhe a cartilha dos 10 minutos contra o Aedes.

“A fêmea espalha seus ovos por diversos locais. Não podemos nos tranquilizar e encerrar a verificação se no primeiro local já forem encontrados ovos ou larvas. Devemos ficar ainda mais alertas e verificar outros locais próximos”, salienta Denise. “Cada fêmea pode colocar até 1.500 ovos. É importante olhar a casa com ‘olhos de mosquito’, procurando todo e qualquer local que acumule água e possa ser usado para reprodução do vetor”, conclui a especialista.

Fonte da imagem: Freepik
Fonte da notícia: FioCruz



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