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Nos países desenvolvidos, o profissional responsável por cuidar de perto dessa evolução tecnológica, dentro do sistema de saúde, é denominado engenheiro biomédico ou engenheiro clínico. Confira aqui fatos importantes sobre a área abrangida por estes profissionais:

1) A Engenharia Clínica como profissão surgiu nos EUA, na década de 1960, em função da rápida proliferação dos equipamentos médicos, originários dos centros de pesquisas acadêmicas.

2) Na década de 1970, alcançou significativa presença no mercado americano, basicamente, devido a 3 aspectos: 1. As administrações profissionais, convencidas de que para aumentar o volume das operações e/ou serviços nos seus sistemas hospitalares deveriam dividir o país em distritos de engenharia biomédica, com um engenheiro biomédico chefe que supervisionasse todas as atividades de todos os engenheiros dos hospitais de cada distrito. 2. A criação de departamentos de engenharia clínica nos grandes centros médicos e hospitais a partir de 300 leitos. 3. A engenharia clínica foi um dos aspectos-chave da qualificação da assistência médica através da criação de novas tecnologias ou da melhoria das tecnologias já existentes.

3) A engenharia clínica pode ser compreendida através da definição da função do profissional que a exerce. Conforme definição do American College of Clinical Engineering (ACCE), “O ENGENHEIRO CLÍNICO é aquele profissional que aplica e desenvolve os conhecimentos de engenharia e práticas gerenciais às tecnologias de saúde, para proporcionar uma melhoria nos cuidados dispensados ao paciente.”

4) A maioria dos hospitais do nosso sistema de saúde possui apenas um engenheiro elétrico, ou um engenheiro civil, ou mesmo um arquiteto, para cuidar das instalações físicas ou prediais do hospital. E as tecnologias de saúde, os equipamentos médicos, bem como a resolução de problemas gerenciais relativos aos equipamentos, de quem é essa responsabilidade? Dentro dos estabelecimentos de saúde, o engenheiro clínico é responsável pelas tecnologias de saúde e por tudo que a elas se refere. No Brasil, esse profissional surgiu há pouco tempo, o que nos proporcionou um atraso de aproximadamente 30 anos, em relação aos EUA e à Europa. Sendo assim, nota-se o grande espectro potencial do trabalho desse “novo” profissional no sistema de saúde brasileiro.

5) Na América do Norte, essa atividade iniciou-se principalmente pela necessidade de segurança no uso da tecnologia, em especial a segurança elétrica, com a finalidade de prevenir queimaduras e choques elétricos fatais.

6) Em nosso país, a engenharia clínica introduziu-se pressionada pelo aspecto financeiro, face ao elevado custo de manutenção dos equipamentos e seus acessórios. O descontrole do custo dessa manutenção, a baixa qualidade técnica da mão-de-obra, decorrente da insuficiência de profissionais capacitados, e a falta de uma política clara para o setor, foram os fatores que dificultaram a introdução da engenharia clínica no Brasil.

7) No Brasil, as primeiras iniciativas de engenharia clínica surgiram em meados dos anos 80, com a chegada ao mercado de profissionais oriundos de centros de formação acadêmica (COPPE/UFRJ, UNICAMP, USP, dentre outras) que estabeleceram as primeiras empresas voltadas para essa área, ou que foram contratados por hospitais de visão moderna. Até então, esse mercado era totalmente dominado por empresas de representação técnica que apenas prestavam serviços de manutenção que nem sempre atendiam seus clientes com o esperado padrão de qualidade. Hoje, constatamos que essa situação permanece a mesma.

8) O problema para superar a grande barreira de se ter um serviço de engenharia clínica está na baixa consciência das contribuições econômico-financeiras que uma gestão de tecnologia apropriada pode trazer ao ambiente hospitalar. Mesmo em instituições de saúde que já possuem uma equipe de engenharia clínica, muitas vezes, estas restringem-se somente a questões eminentemente técnicas, envolvendo-se muito pouco com questões financeiras, tais como, tempo de máquina parada ou lucro cessante, distribuição de custos por setor, dentre outras.

9) Existe uma clara defasagem entre o número de serviços de engenharia clínica existentes e a capacidade hospitalar instalada com base tecnológica. Gerenciar esse parque tecnológico em um ambiente atual de intensa competição e regulação, de ampliação dos direitos dos usuários quanto à qualidade dos serviços médicos prestados e de constantes progressos no desenvolvimento de novos equipamentos confere à engenharia clínica uma função absolutamente relevante e estratégica no desempenho global de uma unidade hospitalar. Por isso, a presença de engenheiros clínicos e profissionais de nível técnico dentro do ambiente hospitalar tornou-se imprescindível, em especial, para acompanhar mais de perto os custos e a qualidade da manutenção dos equipamentos.

10) Uma das soluções encontradas, por algumas instituições hospitalares brasileiras, para implantar esse serviço, foi a contratação de empresas especializadas em engenharia clínica. São empresas especializadas na gestão das tecnologias de saúde, com experiência na elaboração de padrões e fluxos operacionais, de forma a dotar o hospital com as ferramentas necessárias a uma gestão do parque de equipamentos biomédicos, de maneira acessível e transparente para usuários, operadores e gestores. Essas empresas também possuem um corpo de profissionais de nível técnico, com treinamento especializado, o que vem sanar o problema do desconhecimento técnico causado pela rápida evolução tecnológica.

11) Outra solução seria a constituição de um serviço próprio de engenharia clínica onde os profissionais são contratados diretamente pelos hospitais. Em geral, isso acontece em hospitais que se beneficiam de estatutos específicos que permitem tal contratação. Porém, sua implantação é mais demorada, face à complexidade desse trabalho e à carência de profissionais no mercado. A maioria dos hospitais que se enquadram nessa opção é composta de hospitais privados com elevado poder de investimento e custeio, que lhes confere um posicionamento de força junto ao mercado fornecedor de equipamentos.

Fonte: Anvisa

 



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