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Segundo a ANVISA, o erro de medicação é qualquer evento evitável que pode causar ou levar a um uso inapropriado de medicamentos ou causar dano a um paciente, enquanto a medicação está sob o controle dos profissionais de saúde, pacientes ou consumidores. Esse evento pode estar relacionado com a prática profissional, os produtos para a saúde, procedimentos e sistemas, incluindo prescrição, orientações verbais, rotulagem, embalagem e nomenclatura de produtos industrializados e manipulados, dispensação, distribuição, administração, educação, monitorização e uso.

Em um estudo britânico realizado este ano, foi avaliado o efeito de fatores no âmbito da prática dos farmacêuticos hospitalares sobre a probabilidade de eles notificarem incidentes relativos à segurança de medicamentos/erros de medicação.
Cerca de 596 farmacêuticos hospitalares do Reino Unido foram convidados a concluir uma pesquisa com base em um cenário de erro de prescrição que resultou em graves danos ao paciente. Foram utilizadas informações para se avaliar a intenção, conforme declarada espontaneamente por eles mesmos, de notificar erros de prescrição.
Em geral, os farmacêuticos hospitalares expressavam fortes intenções de notificar o erro, sendo que farmacêuticos mais experientes demonstravam maior probabilidade de notificar o erro. O Controle Comportamental Percebido (facilidade ou dificuldade de notificar), Normas Descritivas (convicção de que outros farmacêuticos notificariam) e Atitudes frente ao Comportamento (benefícios esperados do ato de notificar) mostraram boa correlação, e mostraram-se preditores estatisticamente significativos da intenção de notificar o erro [R= 0,568, R2 = 0,323, R2= 0,293 ajustado, p < 0,001].
Como conclusão, o estudo sugere que as iniciativas para melhorar o índice de notificação de incidentes relativos à segurança dos medicamentos por parte de farmacêuticos hospitalares devem se concentrar em suas crenças comportamentais e de controle sobre o processo de notificação. Essas iniciativas deveriam consistir em aumentar o nível de confiança sobre:

  1. os benefícios de notificar esses incidentes
  2. notificar e não prejudicar as relações profissionais com os médicos,
  3. maior clareza sobre o que notificar e o que não notificar, e
  4. um sistema de notificação mais simples.

São 4 medidas simples que podem servir de suporte para que os hospitais brasileiros também busquem soluções semelhantes, para problemas que também são parecidos. Ações de educação continuada, com o apoio da Gestão de Pessoas, devem ser estimulados.
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FONTE: David W.S. et al. Examining the attitudes of hospital pharmacists to reporting medication safety incidents using the theory of planned behaviour. Int J Qual Health Care 27: 297–304 2015 / Portal ANVISA